terça-feira, 30/abril/2024
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Polícia Federal prende 16 ativistas do Greenpeace no Pará

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Um protesto da organização ecológica Greenpeace em um porto da multinacional de alimentos Cargill, em Santarém (PA), nesta sexta-feira, terminou com 16 presos e seis feridos. Os manifestantes dizem que foram atacados por funcionários da empresa e plantadores de soja.

O Greenpeace afirma que 1,2 milhão de hectares de floresta amazônica já foram transformados em plantações de soja cultivadas ilegalmente. Também acusa os produtores do grão de estarem envolvidos em atividades ilegais, como trabalho escravo e apropriação indébita de terras.

O Greenpeace usou um navio, o “Artic Sunrise”, para bloquear o porto construído pela Cargill para embarque e desembarque de soja e protestar contra “a destruição da Amazônia” e o avanço do cultivo de soja.

Segundo um dos coordenadores da campanha do Greenpeace, Paulo Adário, dois rebocadores da Marinha foram utilizados para retirar o navio, que estava bloqueando a descarga de nove balsas com soja colhida no oeste da Amazônia.

Produtores de soja invadiram a embarcação do Greenpeace e obrigaram os voluntários a se esconderem nos porões do navio. “Sofremos muita violência, tivermos ativistas feridos e quebraram um dedo do nosso fotógrafo”, a assessora de imprensa do grupo, Natalia Truchi. “Era um protesto bastante pacífico, mas sofremos com a violência exagerada dos empregados da Cargill e dos plantadores de soja da região.” A polícia disse que advertiu os ecologistas de que corriam risco de serem agredidos.

Policiais militares e federais ocuparam o navio do Greenpeace. “Ao mesmo tempo em que nos detiveram, também nos protegeram dos produtores, que portavam armas brancas” afirmou Adário.

Outro coordenador do Greenpeace, Marcelo Furtado, disse que os ativistas foram presos pela Polícia Federal por violar propriedade privada da empresa Cargill e resistir à liberação da área. Após prestar depoimento, eles foram liberados.

No informe “Eating up the Amazon” (Comendo o Amazonas), o Greenpeace acusa a Cargill e o McDonald’s, entre outros, de destruírem a floresta Amazônica para cultivar soja destinada a alimentar os animais destinados às cadeias de fast-food.

Adário disse que a população de Santarém “está polarizada” entre os que acusam o Greenpeace de representar interesses de países que pretendem dominar a Amazônia e os que estão a favor dos ecologistas.

A campanha do Greenpeace tenta convencer os habitantes da região de que empresas como a Cargill estão “internacionalizando” a Amazônia e que controlam 60% da produção de soja brasileira para exportação. Porta-vozes dos produtores de soja afirmam que o discurso dos ecologistas é uma desculpa para esconder interesses comerciais de países que temem a concorrência do cultivo brasileiro.

Cinco voluntários da organização em defesa do meio ambiente colocaram cartazes nas dependências da Cargill afirmando que a soja “é exportada para a Europa como alimento animal e é cultivada em zonas desflorestadas da Amazônia”. “Empresas norte-americanas como a Cargill estão devorando a Amazônia para cultivar soja. A carne alimentada com essa soja termina nas prateleiras de supermercados e restaurantes de fast-food da Europa”, afirma o Greenpeace.

“Nossos voluntários continuarão protestando pacificamente para proteger a floresta tropical mais preciosa do mundo que está sendo destruída para alimentar frangos, porcos e vacas”, diz a organização.

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