
Para justificar a mudança, a prefeitura apontou que “a expectativa de aumento da arrecadação do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) no mês de abril não foi o esperada, visto que a data de vencimento foi transferida para 11 de junho, comprometendo desta forma o planejamento anterior de algumas ações, sendo imposto pela legislação a revisão e a adequação destas, considerando o cenário atual vivenciado”.
O Executivo também destaca que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) também impede a redução da jornada. “Lembramos que a Unidade de Controle Interno faz o acompanhamento da evolução mensal da folha de pagamento e, ao final de cada quadrimestre, apresenta relatório do limite prudencial que continua acima do desejado”. Segundo a prefeitura, o levantamento mostra que a despesa total com pessoal é de 53,22% em relação à receita corrente líquida.
Apesar da justificativa, o diretor regional do Sintep, Valdeir Pereira, classificou o não cumprimento do que havia sido prometido em fevereiro como uma “traição” à categoria. “Traíram nossa confiança. Na greve, não tiveram capacidade de dialogar. Daí, criaram a expectativa com a promessa de redução e agora voltam atrás. Em seis meses, a prefeitura ainda não fez a ‘lição de casa’ para reduzir o limitar prudencial”, afirmou.
Diante da situação, os sindicalizados convocaram uma assembleia para a próxima quarta-feira (8), onde discutirão quais medidas serão tomadas, no segundo semestre deste ano.
Conforme Só Notícias já informou, no documento protocolado no início do ano, as secretarias de Educação e Finanças apresentaram uma proposta com o objetivo de modificar a carga semanal de trabalho dos professores. No documento era apontado que os professores com jornadas de 40 horas semanais teriam redução compulsória (quando não há escolha) para 38 horas, a partir de deste mês. Em julho do ano que vem, estes profissionais passariam a trabalhar 36 horas. Em contrapartida, os professores que trabalham 20 horas por semana, poderiam escolher se aumentariam a jornada para 22 horas semanais, ainda este mês, e 24 horas semanais a partir do mesmo mês do ano que vem.
Com as alterações, a hora de trabalho dos professores sofreria, automaticamente, reajuste de 5,26% válido para todos os profissionais do magistério. Neste sentido, professores com jornadas de 30 horas, que não teriam a carga de trabalho modificada, passariam a receber mais por cada hora trabalhada.
A redução de jornada foi cobrada durante uma greve dos profissionais da Educação, ano passado, que durou 40 dias. Eles pediam também a equiparação salarial com os estaduais (de R$ 1,6 mil para R$ 1,7 mil).


