Os servidores do Poder Judiciário Federal em Mato Grosso decidiram endurecer o protesto em busca de reajuste salarial. Em assembleia geral da categoria, esta manhã, em Cuiabá, os trabalhadores decidiram fechar as portas dos três órgãos (Justiça Eleitoral, do Trabalho e Federal) e não realizar nenhum tipo de serviço na segunda (29) e terça-feira (30) em todo o Estado. A medida foi intitulada como um “apagão”.
Além desta medida, os servidores mato-grossenses aprovaram a realização de piquetes nos locais de trabalho, nestes dois dias, para aumentar as adesões à greve.
A medida é uma forma de mostrar a insatisfação destes servidores com a proposta apresentada, ontem, pelo Ministério do Planejamento que ofereceu 21,3% de reajuste parcelado. Os percentuais seriam pagos a partir de 2016 (5,5%), sendo estendidos para 2017 (5%), 2018 (4,75%), terminando em 2019 (4,5%). Os servidores de Mato Grosso ainda rejeitaram esta proposta, durante a assembleia.
A proposta está bem distante do que quer os trabalhadores e o sindicato, além de ignorar por completo o Projeto de Lei Complementar 28/15, que contempla a reposição de 56% para os servidores do judiciário federal. O texto já foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e estava na pauta do Senado, do dia 10, mas acabou adiado para o dia 30 deste mês.
De acordo com a pauta de reivindicação dos servidores, o movimento é pela defesa da reposição das perdas inflacionárias de janeiro de 2007 a abril de 2015, tendo em vista que a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) neste período foi de 64,55%, No entanto, segundo o sindicato da categoria, os servidores tiveram apenas um único reajuste em nove anos, sendo este de 15,80%, equivalente a dois anos de inflação. “Em sete anos, tivemos uma perda inflacionária de 48,75%”, aponta um documento do sindicato.
Até estão estavam mantidos os serviços essenciais como o protocolo, o trâmite dos processos como mandado de segurança e habeas corpus e, na Justiça Eleitoral, são atendidos somente os eleitores que estejam em casos de urgência de perecimento de direito, como aqueles que precisam regularizar CPF, emissão ou regularização de passaporte.
Em Sinop, apenas 30% dos servidores estavam mantendo algumas atividades consideradas mais urgentes.
(Atualizada às 14h20)