A operação Onda Verde, deflagrada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), autuou e multou dois engenheiros que auxiliaram no desmatamento de 723 hectares de floresta amazônica em uma fazenda, nas proximidades de Juara (300 quilômetros de Sinop). O proprietário da fazenda foi autuado por destruir vegetação nativa sem autorização de órgão ambiental, recebendo multa de R$ 3 milhões. Os dois engenheiros que facilitaram o desmatamento utilizando laudo fraudulento também foram autuados pelos fiscais do Ibama, somando R$ 423 mil em multas. Denúncia com cópias dos documentos serão encaminhados ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT) para abertura de processos contra os profissionais.
Após um sobrevoo para verificação de um alerta de desmatamento indicado pelo Deter, identificou-se uma área de exploração de produtos madeireiros, com esplanada e madeira empilhada. Por terra, uma equipe de servidores do Ibama e da Polícia Ambiental se dirigiu ao local para a constatação dos danos ambientais.
O gerente da fazenda apresentou um laudo técnico de limpeza e reforma de pastagem de uma área de dois mil hectares. Ao fazer a vistoria, constatou-se que 36% da área citada era composta de florestas primárias e secundárias, que não poderiam sofrer intervenções sem a devida licença ambiental.
Segundo o superintendente do Ibama em Mato Grosso, Marcus Keynes, “o Ibama continuará investigando a participação de profissionais que não honram o juramento de sua profissão. Eles não podem ceder ao apelo financeiro de criminosos ambientais que estão destruindo florestas em Mato Grosso, sem pensar que muitas espécies da flora e da fauna estão em risco de extinção devido à destruição de seu frágil ecossistema”.