
A reportagem lembra que também foram concedidas propriedades em nome de 36 mil pessoas que estão mortas. De maneira geral, a maior parte dos casos irregulares está no Pará (80 mil) e em Mato Grosso (66 mil). “Segundo o TCU, a distribuição de terra irregular foi concentrada em áreas onde a maioria da expansão agrícola do país está ocorrendo, ou seja, Mato Grosso, Pará e outros Estados das regiões Norte e Nordeste, próximos à Amazônia”, aponta o texto publicado no jornal americano.
Citando também o escândalo de corrupção da Petrobrás, a reportagem avalia que as fraudes descobertas representam um novo “golpe” para o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), “que encara um procedimento de impeachment sob alegações de ocultar pedaladas fiscais no orçamento federal”.
Os prejuízos financeiros potenciais decorrentes das irregularidades constatadas alcançam R$ 2,83 bilhões, sendo R$ 89,3 milhões no curto prazo e R$ 2,74 bilhões no médio prazo. Cerca de 600 mil beneficiários estariam irregulares, um terço do total atendido pelo Incra em todo o país. As fraudes foram descobertas após cruzamento de dados do Incra com dados da Receita Federal, do INSS e do sistema eleitoral.
Políticos, empresários e servidores públicos são proibidos por lei de entrar no programa de reforma agrária, que deveria atender famílias com renda de até três salários mínimos e que lidam diretamente com a terra. Os nomes dos suspeitos estão em sigilo até o fim do processo.
Com essa determinação, estão suspensas novas concessões de benefícios, créditos e assistência. Assim como os novos assentamentos decorrentes das desapropriações autorizadas pela presidente Dilma Rousseff, na semana passada, em 12 estados.
A reportagem completa publicada no The New York Times está disponível neste link.


