
Para o promotor Carlos Henrique Richter, as informações apresentadas por Márcio foram “genéricas” e não auxiliaram na identificação e localização dos demais coautores do crime. “Ademais, o acusado não colaborou com a investigação e instrução, pelo contrário, dificultou a produção da prova e a elucidação dos fatos com uma tentativa de distorção da realidade, obstando os trabalhos da perseguição da verdade real”, apontou.
O parecer do MPE e o pedido da defesa seguem agora para a juíza da 1ª Vara Criminal, Rosângela Zacarkim, que decidirá se Márcio será enquadrado, ou não, como delator.
Em novembro, conforme Só Notícias já informou, a magistrada decidiu manter presos os três réus suspeitos de envolvimento na morte de Eric (que ocorreu há um ano). Ela ressaltou que a medida era uma forma de garantir a ordem pública. A fase de instrução processual foi encerrada no final de setembro. Diversas pessoas foram ouvidas, entre elas, o delegado da Polícia Civil, Sérgio Ribeiro, que coordenou as investigações, os militares envolvidos nas buscas pelo acadêmico, policiais rodoviários federais que fizeram a apreensão da caminhonete em Campo Grande (MS) e os próprios acusados. No momento o processo está em prazo de alegações finais e a previsão é que a sentença saia nos próximos meses.
Márcio Marciano Batista e Rafael Massuco dos Santos estão no presídio Osvaldo Florentino Leite, o “Ferrugem”, enquanto que Acácio Batista está detido na unidade prisional José Parada Neto, em Guarulhos (SP). A mulher de Márcio, Kênia Canachiro Dias, que chegou a ficar detida por alguns meses, conseguiu, em julho, o direito de aguardar a sentença em liberdade.
Márcio e Rafael são suspeitos de terem roubado a caminhonete GM S-10, que estava com Eric no dia do crime. Eles também são apontados como acusados de executarem o acadêmico, em uma mata, em Lucas do Rio Verde, para não serem identificados. Acácio, por sua vez, está preso há vários meses e cumpre pena por diversos crimes (não confirmados). Ele é acusado de ter encomendado a caminhonete para ser vendida do Paraguai. Kenia é suspeita de ter auxiliado logisticamente no crime (possivelmente levou e entregou, ao marido, a arma que seria utilizada para executar o acadêmico, em um local na BR-163).
Márcio e Rafael foram presos em flagrante, com a caminhonete GM S10, branca, roubada de Eric. Ambos foram presos por policiais rodoviários no estado vizinho e recambiados para Sinop. Em depoimento, confessaram o latrocínio e alegaram que a caminhonete foi encomendada por um presidiário em São Paulo e receberiam dinheiro para roubá-la e transportá-la.
Desde a morte de Eric, a família do acadêmico encampa uma campanha nacional pedindo leis mais duras para latrocidas. Já houve contatos com vereadores, prefeitos, governadores, deputados estaduais e federais, além de senadores, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha e o governador Pedro Taques, pedindo que a pena para latrocidas suba para 50 anos de cadeia.
O abaixo-assinado pede que os deputados federais e senadores priorizem, com urgência, a votação de Leis Penais e de Execução Penal que garantam a segurança de pessoas de bem, em especial, o projeto de lei 353/2015 de autoria do deputado Major Olímpio Gomes (PDT/SP) que propõe penas de até 50 anos para crimes de latrocínio, extorsão, extorsão mediante sequestro, estupro e estupro de vulnerável. Esta semana, a família de Eric coletou assinaturas em Cuiabá.
Atualmente, a pena para latrocínio varia entre 20 e 30 anos de reclusão.


