Percival Muniz deverá ser mesmo o próximo presidente do PPS. O veto do governador Blairo Maggi a sua postulação caiu na madrugada desta sexta-feira, durante reunião entre os principais líderes da sigla no Estado com o secretário-geral do Diretório Nacional, Rubens Bueno. Para assumir o partido novamente, Muniz terá que abrir mão de duas situações: a primeira delas, ser candidato a deputado federal; e, a segunda, porém, é mais dolorosa, se dará com a saída de Ana Carla Muniz da Secretaria de Educação, o que forçará mudanças no primeiro escalão do Governo.
O controle do Diretório Regional do PPS neste momento é considerado fundamental. O partido, em que pese toda a calmaria do momento, é dividido em dois grupos bem distintos: os políticos tradicionais e aqueles que integram a chamada “turma da botina”, ala mais próxima do governador Blairo Maggi. O retorno de Muniz ao cargo de presidente é contemplativo, já que é político tradicional e uma das pessoas mais próximas do governador Maggi e do seu círculo mais próximo.
O político, no entanto, enfrentou vetos. Inclusive do próprio governador. Primeiro, as primeiras indicações de que haveria problemas para Muniz assumir o Diretório Regional do PPS veio da base aliada na Assembléia Legislativa. Como pré-candidato a deputado estadual, muitos parlamentares consideravam que o fato de Percival assumir a sigla iria tirar vantagens político-eleitorais. O governador concordou e anunciou que haveria necessidade de discutir o assunto para não causar danos na unidade da aliança que vem tentando costurar. Muniz concordou e abriu mão de ser deputado estadual
“Não há mais problemas. Percival concordou em abrir mão de disputar uma vaga na Assembléia Legislativa. Como candidato a deputado federal, não há problemas em que ele assuma o Diretório Estadual” – explicou um dos participantes do encontro. A presença de Ana Carla Muniz como secretária de Educação também traria problemas para a unidade política da aliança. Nesse caso, ficou definido no encontro que a mulher Percival deverá deixar o cargo até o final do ano, junto com os secretários que será candidatos.
Além de Muniz na presidência, ficou certo também que o atual presidente, Roberto França, ex-prefeito de Cuiabá, e candidato a deputado estadual, deverá compor a vice na chapa. Outra definição: provavelmente, o PPS deverá sair sozinho, sem aliança, na chapa proporcional. “Tudo vai depender dos entendimentos. Mas temos condições de ter uma chapa própria” – frisou a fonte socialista.
O PPS já tem, inclusive, alguns nomes definidos para disputar a Câmara dos Deputados. São eles: Homero Pereira, Jair Mariano, Toninho Domingos, Rodrigues Palma, Alexandre Furlan, Eduardo Moura, empresário em Nova Xavatina; Nereu Pasini e Tião Curado, político da região do Vale do Araguaia, além do próprio Percival. “Dá para fazer até três deputados federais com essa chapa” – calcula a fonte. Como candidatos a deputado estadual estão certo os nomes de Roberto França, João Malheiros, Sérgio Ricardo, René Barbour, Pedro Satélite, Mauro Savi, Sebastião Resende, Baiano Filho, Wagner Ramos, Clóvis Roberto e Roberto Sachetti, de Juara.