Por ter um entendimento de que os “nichos eleitorais” dos políticos que “controlam” atualmente a 11ª Unidade de Infra-estrutura Terrestre (Unit-MT) e pelos números acanhados em face do valor dos investimentos feitos pelo Ministério dos Transportes, o secretário-chefe da Casa Civil, Luís Antônio Pagot, sugeriu que o Ministério Público Federal (MPF) “olhe de maneira mais atenta” para os gastos emergenciais. A base da suspeita do secretário é simples: passaram pelo Ministério dos Transportes um total de R$ 5 bilhões. Resultou, porém, em apenas 300 quilômetros de novas estradas.
“O presidente e o Governo do PT estão enganando mais uma vez o povo brasileiro” – disse o secretário, que fez uma espécie de desafio às investigações. Ele afirmou que o dinheiro encaminhado aos estados para obras emergenciais no setor de transporte está beneficiando, principalmente, estados faltosos. Ele citou como exemplo Minas Gerais, que recebeu quase R$ 1 bilhão propalada Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) e gastaram em outras atividades.
Para o secretário, o Governo Federal está privilegiando os infratores e governadores que podem ser acusados de improbidade administrativa. Ele deu cabo de razão para a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, que viveu grande constrangimento quando disse que o dinheiro seria usado apenas nas rodovias federais. “Ela está correta, mas teve que dizer que se enganou por causa das questões políticas” – comentou o secretário, que atacou o presidente Lula e também o ministro Alfredo Nascimento.
O fraco volume de estradas novas pavimentadas comparados aos investimentos federais, pode, na opinião do secretário, ter vários fatores que necessitam de serem investigados. Ele enfatizou que o dinheiro público precisa ser melhor zelado e cobrou mais transparência pública desses recursos. “É preciso ver a qualidade dos investimentos, estar mais atento por exemplo, a margem de lucro, a existência de sub-empreitas, enfim” – exemplificou. Ele disse que se o Governo Federal fizesse convênio com o Estado, “com certeza, poderíamos fazer o dobro”. Ele lembrou que Mato Grosso pavimentou, em parcerias, 2 mil quilômetros de estradas.