PUBLICIDADE

Cuiabá: defesa de vereador cassado vai recorrer

PUBLICIDADE

Escurraçado da vida pública, ao ser cassado pela Câmara Municipal de Cuiabá por 14 votos, o agora ex-vereador e ex-presidente da casa, Lutero Ponce de Arruda (PMDB), acusado de ser o responsável por um rombo de R$ 7,5 milhões nos cofres da Câmara, vai ganhar aliados dentro do próprio legislativo para tentar recuperar o mandado perdido. O vereador Francisco Vuolo, que foi o presidente da Comissão Processante, que indicou a cassação do parlamentar, criticou na manhã desta terça-feira o rito do processo seguido pelo presidente da casa Deucimar Silva (PP) inimigo declarado de Lutero Ponce.

Ao comentar a cassação do vereador e ex-presidente da Câmara, Lutero Ponce, que deixou o plenário chorando, Francisco Vuolo disse que todo o trabalho realizado pela Comissão Processante foi manchado pela determinação unilateral do presidente da casa, Deucimar Silva em exigir que a votação fosse feita por maioria absoluta, ou seja apenas 10 votos e não por dois terços como determinava a Comissão Processante.

"Quando iniciamos o processo de cassação ficou determinado que a votação teria de ser por dois terços. O Deucimar mudou a regra do jogo no último minuto, sem consultar os vereadores, sem pedir que votassem como queriam que fosse o julgamento. Infelizmente isso acabou manchando todo o nosso trabalho na Comissão Processante. Ficamos 90 dias debruçados em documentos, ouvindo testemunhas, preparando todo o relatório que solicitou a cassação do parlamentar. O rito deveria ser realizado da forma como estava previsto", disse.

Lutero Ponce acabou sendo cassado por 14 votos, um deles do próprio Francisco Vuolo. Caso a votação fosse em dois terços seria mais do suficiente para garantir a sua cassação. Mesmo assim, Vuolo diz que o rito deveria ter sido seguido. Ele teme que esta mudança de última hora, a bel prazer do presidente da Câmara Municipal possa dar a garantia ao cassado Lutero Ponce de conseguir na justiça seu retorno à condição de vereador. "Ele tem todo o direito de brigar. Acredito que vai brigar e vai usar exatamente este argumento para poder voltar", enfatiza.

Anulação

Enquanto Francisco Vuolo criticava abertamente a mudança do rito processual, em que pese ter votado pela cassação de Ponce, Paulo Taques, advogado do ex-presidente da Câmara confirmou estar preparando toda a documentação para exigir a anulação do julgamento.

E o principal argumento será a mudança no rito processual feita pelo presidente da Casa, Deucimar Silva (PP), no momento da votação.
"O rito processual da Comissão Processante, desde a criação até a entrega do relatório final à Mesa Diretora, foi embasado no Decreto Lei nº 201, de fevereiro de 1967. Segundo esse decreto, para a cassação de um parlamentar, são necessário 2/3 dos votos, ou seja, a aprovação de 14 dos 19 vereadores.", disse o advogado.

Esse foi o motivo alegado pelo vereador Lúdio Cabral (PT), relator do processo, para a abstenção do seu voto. Segundo o vereador, ele não poderia votar fora das normas a que ele seguiu para a formulação do relatório. "Meu voto era claro, porém, minha consciência não permitiu que eu votasse fora dos ritos processuais determinados pelo relatório.
Paulo Taques também sustenta como defesa o fato de a Comissão não ter utilizado os depoimentos dos empresários acusados de envolvimento no esquema criminoso, que foram prestados à Câmara. Segundo Taques, o relatório foi embasado apenas no inquérito da Delegacia Fazendária.

 

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

Obras do novo de hospital universitário entram em fase de acabamento em Mato Grosso

As obras do novo Hospital Universitário Júlio Müller estão...

Governador anuncia data de inauguração do maior hospital de Mato Grosso

O governador Mauro Mendes confirmou para o dia 19...

Deputado de Mato Grosso recua e retira apoio à PEC da Reforma Administrativa

O deputado federal Coronel Assis (União Brasil) voltou atrás...
PUBLICIDADE