A Executiva Estadual do PR deve se reunir na próxima semana para escolher o candidato da legenda à eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa. O encontro foi provocado pelo deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR), que usou a tribuna durante a sessão plenária desta quarta-feira (22) para criticar as declarações do presidente do partido, o senador eleito Wellington Fagundes (PR), quanto ao assunto.
Emanuel classificou de “ameaças veladas” a afirmação de Fagundes de que os deputados que não seguissem uma eventual orientação partidária quanto ao pleito poderiam até ser expulsos da legenda e questionou a indicação do atual primeiro-secretário da Asembleia, Mauro Savi (PR), como candidato a presidente.
“O PR não aceita que uma conversa pessoal entre o senador Wellington Fagundes e o deputado Mauro Savi decida o que a bancada vai fazer em relação ao próximo presidente desta Casa. Se é um problema da bancada, ele [Wellington] não pode ficar falando, garganteando. Ele vai decidir é a mesa sucessora do Senado. É onde ele tem voto, onde pode optar”, disparou.
A iniciativa acabou em um bate-boca no plenário entre ele e o também republicano Jota Barreto, que saiu em defesa de Wellington. A discussão continuou fora da tribuna e precisou ser interrompida por outros parlamentares presentes na sessão.
“Não tenho procuração para defender o Wellington, mas ele tem tido uma postura elegante para com todos os deputados eleitos. Se o nome do Mauro Savi é divulgado como candidato, o papel dele [Wellington], como presidente do partido, é dizer que o partido realmente tem nome. Ou você queria que dissesse: ‘não, o Mauro não serve’?”, defendeu Barreto.
O presidente em exercício da Mesa, Romoaldo Júnior (PMDB), também se envolveu na questão, já que Emanuel afirmou não concordar com a alternância de cargos entre o peemedebista e Savi. Romoaldo deve concorrer ao cargo de primeiro-secretário no pleito. “Não existe Romoaldo/Mauro Savi, Mauro Savi/Romoaldo. Não gostei da sua observação a respeito da minha pessoa, até porque nem chapa nós colocamos à disposição ainda”, reclamou.
Emanuel justificou as queixas públicas quanto ao assunto ponderando que Wellington não deveria ter se manifestado antes de conversar com os correligionários. “Eu só trouxe esse assunto para a tribuna, porque o Wellington levou para a imprensa e não teve o cuidado de discutir com cada um. Pode ser o Mauro Savi, sim. Ele tem todas as condições de ser presidente, mas não dessa forma. Vamos discutir primeiro internamente”.
Conforme Wagner Ramos, a preocupação dos parlamentares republicanos é quanto ao fato de ainda não ter havido uma reunião com Wellington para discutir qual será o posicionamento do partido. “Nós não sabemos qual é a cartilha que temos que seguir”, disse.
Wellington, que é um dos coordenadores da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), por sua vez, disse que só vai se envolver com a eleição da Mesa Diretora da Assembleia depois do segundo turno da eleição, que ocorre neste domingo (26). “Houve uma conversa com o Savi em que foi perguntado sobre a possibilidade de o partido fechar essa questão, mas a Executiva ainda não foi provocada. Ninguém me pediu essa reunião. Mas se não pedirem, eu mesmo terei essa iniciativa”.


