A Associação Floresta Urbana e a Comissão Cobertura Verde da Unesin fizeram uma reunião com o secretário de Meio Ambiente de Sinop, membros da Prodeurbs e com membros do Conselho Municipal de Meio Ambiente, para discutir as podas drásticas. Segundo as entidades, o encontro focou em soluções, segurança, legislação e preservação da arborização, foi tratado sobre a organização dos cabos aéreos no quadrilátero central, definição de responsabilidades legais e institucionais, melhoria na gestão da arborização urbana, e propostas para integração entre órgãos públicos e sociedade civil. Junto com a secretaria do Meio Ambiente foi assumido o compromisso de alinhar as soluções sobre as podas drásticas com a Energisa, buscando equilíbrio entre segurança, legislação e preservação da arborização.
Conforme Só Notícias já informou, galhos de aproximadamente 50 árvores estão sendo podados pela equipe da concessionária de energia nos canteiros da avenida das Figueiras, entre a rua das Avencas e a avenida das Sibipirunas, na região central. A medida é tomada para que a copa das árvores não atinja os cabos da rede elétrica e cause impactos no fornecimento de energia. No entanto, Só Notícias verificou que algumas árvores estão tendo podas drásticas e ficando só o tronco.
O presidente da associação Floresta Urbana, organização que se dedica a causa ambiental em Sinop, Amadeu Rampazzo, afirmou que está acompanhando o caso. “A gente pode dizer que são algumas podas drásticas, algumas radicais e algumas de mutilação”. Estamos averiguando na legislação o que precisa ser feito”, disse.
Amadeu complementou que a principal norma técnica para a poda de árvores é a ABNT NBR 16246-1, de 2022, que estabelece os procedimentos para o manejo e a execução das podas, incluindo o manejo de árvores, arbustos e palmeiras em áreas urbanas. “Muitas pessoas não entendem, acham que é um benefício porque a concessionária está fazendo isso para livrar a fiação das árvores, mas existe maneira correta de se fazer a poda para a fiação elétrica. Inclusive, essa poda está fora de norma técnica, fora de qualquer procedimento técnico correto de se fazer isso”, pontuou.
Amadeu ainda avaliou os impactos da ação para a sociedade e meio ambiente. “Prejudica bastante a manutenção delas porque essa mutilação que fizeram, ela dá entrada a pragas e doenças na árvore e corre o risco de cair”. “Nós estamos em uma época seca, de calor, é muito prejudicial, vai aumentar o calor no local, diminuir as sombras e todos os benefícios ambientais que uma árvore faz”, afirmou.
Procurada por Só Notícias, a concessionária respondeu, através de nota. “A Energisa reforça que o mutirão de podas realizado em Sinop é preventivo, antecedendo o período de tempestades previsto para setembro. A ideia é evitar que galhos atinjam a rede, gerando acidentes e o perigo a vida em vendavais. O serviço é realizado em conformidade com a legislação vigente e em alinhamento com a secretaria municipal de Meio Ambiente de Sinop” e que os profissionais “estão devidamente preparados, treinados e equipados para garantir a segurança durante o serviço”. A intervenção é feita “quando há risco, conforme determina a legislação. E que em outras situações, o controle das árvores deve ser feito pelo poder público e proprietários de terrenos (em áreas privadas). “A poda, ainda que emergencial, não oferece risco a árvore. E só está sendo feita em situações pontuais.”
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