domingo, 13/julho/2025
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Combatendo a corrupção

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A corrupção está associada a diversas imagens tais como erva daninha, uma praga que atormenta a vida de agricultores e mesmo sendo combatida com tenacidade e ajuda de defensivos químicos (os chamados mata-mato, muitos proibidos por sua ação deletéria ao meio ambiente) continua destruindo as lavouras. Outra imagem da corrupção é a famosa hidra, uma serpente de várias cabeças que sobrevive mesmo que todas sejam cortadas e continua devorando suas presas. Existe também a idéia de que a corrupção seja qualificada como um cancer, que destroi aos poucos todo o organismo até a morte.

Para muita gente a corrupção é também um desvio de personalidade e de caráter e estaria muito próxima da cleptomania, ou seja, mania de roubar, surrupiar as coisas alheias para proveito próprio, mesmo que o corrupto não tenha necessidade de acumular mais bens e riquezas, já que possue tudo o que deseja. Ai entraria outro componente, a ganância, no sentido de que mesmo sendo rico deseja cada vez mais, imaginando que jamais será pego com a boca na botija.

A corrupção é tudo isto e um pouco mais, é uma prática criminosa. Assim, tanto a corrupção ativa (corruptor) quanto a passiva (o corrupto que acaba se beneficiando de tal prática) cometem crime seja contra a economia popular, contra o erário (tesouro), contra o patrimônio público e contra as instituições. Enfim, todos os corruptos (ativos ou passivos) são criminosos e como tais devem ser considerados, investigados, presos (retirados do meio social, político, econômico, cultural ou religioso devido `as suas ações maléficas), julgados, condenados e os bens aquinhoados com a prática da corrupção devem ser sequestrados e usados em favor do bem-comum.

Esta prática criminosa é tão perniciosa , incluindo seus custos econômicos e financeiros, que a ONU tem várias resoluções e organizações para o seu combate, tamanho é o desafio que as instituições públicas e os países enfrentam nesta área. Para complicar ainda mais, a corrução está associada a formação de quadrilhas, ao crime organizado e acaba resvalando para a degradação institucional atingindo , no caso da administracão pública brasileira, todos os poderes da República (Executivo, Legislativo e Judiciário), todos os níveis de Governo (Federal, Estaduais e municipais) e também sua associação com o mundo empresarial, sindical, artístico-cultural, religioso e social.

O combustível que alimenta a corrupção é a impunidade, ou seja, mesmo que a opinião pública seja sacudida por notícias bombásticas e espetaculares como prisões de "gente importante", algumas sendo algemadas outras, por gozarem de privilégios, apenas "acompanham" policiais fortemente armados, passado algum tempo ninguém esquenta a cadeia, continuam livres para responder seus processos, cujo andamento compete com passos das tartarugas.
Muitos corruptos somem e reaparecem na vida política ou econômica, sem o menor constrangimento, alguns acabam posando de democratas e pessoas de bem e voltam a ocupar cargos e posições de relevo na hierarquia social e todas as imagens circenses que estiveram ligados ao combate a corrupção acabam caindo no esquecimento público, inclusive dos meios de comunicação.

Alguém se lembra do mensalão? Dos anões do orcamento? Da mafia do orçamento? Dos Sangue-sugas? Dos inúmeros ministros e poderosos detentores de cargos importantes na administração pública federal, estadual e municipal defenestrados sob acusações de corrupção? O que aconteceu com as investigações da famosa faxina da Presidente Dilma, para ficar apenas nos casos mais recentes, no DENIT? Ministérios dos Transportes; Agricultura, Trabalho e Emprego, Saúde, das Cidades? Nos diversos governos estaduais e no DF? Prefeituras? Câmaras Municipais? Enfim, nos últimos doze ou vinte anos são centenas de casos de corrupção envolvendo milhares de políticos, gestores públicos, empresários cujo produto do roubo (afinal corrupção é uma forma de roubo) passam de dezenas ou centenas de bilhões de reais.

É neste contexto que devemos refletir sobre mais esta mega-operação desencadeada pelo Grupo Nacional de Combate `a corrupção em parceria com o Ministério Público em 12 Estados, envolvedo 150 promotores de justiça e mais de 1.300 policiais, que redundou na prisão (temporária) de 91 pessoas acusadas de corrupção e o montante de 1,1 bilhões de reais roubados.

Por mais eficientes, compromissados com a ética e a transparência que os organismos de controle e repressao do Estado/instituições públicas, incluindo Justiça, Tribunais de Contas, CPIs, forças policiais sejam, a grande maioria da população continua cética quanto aos resultados dessas operações grandiosas. Parece que a corrupção, que representam a força do mal, continua ganhando de lavada neste jogo politico e institucional. LAMENTAVELMENTE para o povo , os eleitores e contribuintes isto é Brasil!

Juacy da Silva professor universitário, titular e aposentado UFMT, mestre em sociologia, colaborador de Só Notícias
[email protected]
Twitter@profjuacy Blog www.professorjuacy.blogspot.com

 

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