quinta-feira, 25/abril/2024
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Obras causam 1,7 mil rompimentos na rede de abastecimento de água em Cuiabá

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Obras de infraestrutrura na capital causaram rompimento em 1,7 mil pontos da rede de abastecimento de água desde 2012. Conforme levantamento da concessionária de água e esgoto, a Companhia de Águas do Brasil (CAB) Cuiabá, 82% dos rompimentos foram motivados por obras executadas pela prefeitura, 16% por projetos executadas pelo governo estadual e 2% por obras de redes privadas e concessionárias de energia e telefonia. Especialistas em engenharia civil avaliam que as interferências poderiam ser evitadas, caso houvesse detalhamento nos projetos com indicações de onde passavam as tubulações.

A rede deficitária e antiga de água de Cuiabá piorou com a realização de construções públicas, que se intensificaram há dois anos. De janeiro de 2012 a 27 de janeiro de 2014 a CAB somou 1.773 pontos de rompimentos. O dano causado por escavações, processos de drenagem do terreno, causou problemas principalmente nas grandes tubulações, as adutoras, situação que agravou a falta de água em muitos bairros.

Por meio de nota, a CAB Cuiabá informou que os rompimentos provocaram uma sobrecarga no serviço prestado pela concessionária e o comprometimento das atividades de rotina de manutenção e de melhorias previstas na rede. Isto, porque, em cada local era necessário deslocar uma equipe para cumprir a ordem de serviço e recuperar a rede.

Vice-presidente da Associação Brasileira de Engenheiros Civis em Mato Grosso, Archimedes Pereira Lima Neto diz que a raiz dos transtornos é a ausência de planejamento sistêmico. Este tipo de ação prevê que as instâncias do Executivo municipal e estadual, além de outros órgãos envolvidos diretamente, como concessionária e a empreiteira responsável pelo projeto, discutissem e planejassem as execuções.

Archimedes explica que a engenharia moderna prevê que as intervenções urbanas contemplam o planejamento compartilhado com objetivo de tratar as intervenções na cidade não somente do ponto de vista local. Impactos em rede de água, esgoto, telefone, trânsito e na vida da população devem ser programadas, um aspecto que não aparece nos projetos consultados por Archimedes e o órgão de acompanhamento das obras, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso (Crea). O planejamento compartilhado é um bom senso para ter uma visão mais holística da cidade. “Você não está mexendo só com o Verdão. Então, o produto final fica mal acabado”, avalia.

A execução de projetos que foram previstos por empresas de outros estados do país era mais um motivo para que houvesse envolvimento entre os órgãos. O conhecimento da infraestrutura, segundo o engenheiro, é fundamental para as execução de qualquer tipo de
obra. Ele lamenta que os problemas, atualmente vividos, tenham sido alertados através do Crea.

Professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Olívio Fiorese Neto também diz que a falta de detalhamentos em um projeto cria mais condições para transtorno no momento de execução. É de competência da empresa que executa buscar informações para evitar problemas. Mas, enxerga dificuldades em relação ao banco de dados hoje disponível pela concessionária de água.

A CAB Cuiabá não possui informações e mapas atualizados de toda a cidade. A estrutura de organização e rede antiga foram herdadas da Sanecap em abril de 2012.

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