segunda-feira, 29/abril/2024
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Violência no campo cresce 68% em Mato Grosso

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A violência no campo em Mato Grosso é uma “ferida” crônica, que não sara, e é exposta publicamente ano a ano, desde 1985, quando a Comissão Pastoral da Terra (CPT) começou registrar esta situação. Nesta quarta-feira (27), a CPT lança o caderno “Conflitos no Campo Brasil 2015”, ressaltando que no último ano as ocorrências aumentaram 68% no Estado em relação a 2014 e denunciando, novamente, essa sangria que não estanca.

“O campo de Mato Grosso é o mais violento do Brasil”, assegura o coordenador da CPT-MT, Cristiano Cabral. Ao fazer um levantamento desta situação em MT nos últimos 20 anos, ele mesmo se surpreendeu com os dados. Problemas com ocupação e posse de terra envolveram 155.655 famílias. Dessas, 20.886 foram despejadas. O clima hostil provocou 53 assassinatos. Isso sem falar nos 8.524 trabalhadores mantidos como se fossem escravos.

Para ele, a marca destes últi-mos 30 anos de conflitos e violência é a impunidade. “De 1985 até 2015, nenhum mandante ou jagunço, envolvidos em 125 assassinatos, foi preso. Nenhum escravagista foi preso”.

Tentando reverter este quadro, a CPT denunciou uma juíza federal ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), acusando-a de julgar as ações com parcialidade, desfavorecendo o lado mais fraco. A entidade que representa os magistrados acionou a entidade que agora enfrenta um processo de calúnia na justiça.

Em 2015, a CPT registrou 55 ocorrências, envolvendo 6.251 famílias. No caderno de conflitos, que chega a 31ª edição, o que sobressai é o aumento da violência privada e estatal sobre os povos do campo. Houve aumento de famílias despejadas, casos de pistolagem, violência contra a pessoa e escravidão.

Também redução do número de assassinatos em 2015. A execução do indígena Daliameali Enawenê, de 19 anos, foi a única do ano. Da etnia Enawenê Nawê, foi baleado na noite de 24 de outubro, um sábado. Consta que caminhoneiros e fazendeiros fecharam o cerco contra um grupo da mesma etnia, que vive em uma aldeia única, no município de Juína. A represália teria sido premeditada por conflitos antigos entre as partes. Essa etnia cobra pedágio e irrita moradores não-índios da região.

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