sexta-feira, 26/abril/2024
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História de ex-prisioneiro de guerra que mora em Cuiabá é destaque na imprensa internacional

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A história de um norte-coreano de 79 anos que foi prisioneiro na guerra da Coreia e mora há muitos anos em Cuiabá foi destaque nos últimos dias em diversos jornais internacionais, entre eles, o The New York Times, considerado um dos veículos de comunicação mais influentes dos Estados Unidos. Kim Myeong Bok está entre os 76 soldados da Coreia do Norte que foram capturados na vizinha Coréia do Sul e optaram por deixar o país ao final da guerra, em 1953. Na reportagem do grupo Associated Press, veiculada no jornal norte-americano, é destacado que, em 1954, o ex-combatente optou por recomeçar a vida "como fazendeiro na remota Cuiabá, cidade de Mato Grosso situada no oeste brasileiro”.

“Estrela” de um documentário do diretor sul-coreano, Cho Kyeong Duk, intitulado “Return Home” (algo como “Retorno para casa”, ainda sem título em português), Kim teve a oportunidade de revisitar, pela primeira vez, o país onde foi mantido prisioneiro. Junto com o ex-soldado norte-coreano, Kang Hi-Dong, que também passou pelo cárcere, morou no Brasil, mas agora vive em San Francisco, nos Estados Unidos, o agora fazendeiro em Cuiabá foi recebido por veteranos da guerra em Seoul, capital sul-coreana.

Porém, conforme a reportagem estadunidense, a viagem de volta trouxe “memórias amargas” aos ex-combatentes. “Rotulados como traidores, oportunistas ou indecisos em meio à feroz rivalidade da Guerra Fria entre as duas Coreias, eles (os prisioneiros de uma forma geral) morreram, um por um, no exterior e, agora, acredita-se que menos de uma dúzia ainda esteja viva”.

Bem recebido na Coreia do Sul, Kim foi impedido de entrar em seu país, a Coreia do Norte, e lamentou o fato durante coletiva de imprensa em Seoul. Segundo ele, esta pode ser a última chance para visitar o país onde nasceu. "Eu deixei minha casa quando era jovem e não sei se a minha família ainda está viva ou não. O que desejo é visitar a minha cidade natal antes de morrer. Meu pai e minha mãe devem ter falecido… Eu quero ver, ainda que sejam as cinzas deles".

De acordo com a matéria do The New York Times, a maioria dos prisioneiros norte-coreanos que deixaram a península se mudou para o Brasil, Argentina e Índia. “Muitos optaram por não ficar no Sul, pois se preocupavam sobre o rótulo de ex-soldados comunistas em um lugar onde não tinham parentes e amigos. Também temiam punição no Norte, caso fossem capturados”, cita o jornal.

Kim afirmou que pretende chegar até a Coreia do Norte por meio de uma rota entre a fronteira com o Sul ainda este mês. Ele pretende retornar para sua cidade natal, que fica no noroeste de Ryongchon, para visitar o túmulo de seus pais. A missão é considerada difícil.

O diretor do documentário Cho Kyeong disse em entrevista que tentou contato com diplomatas dos dois países ainda no Brasil. Segundo ele, ambos pediram que os visitantes escolhessem apenas um país. “Eu acho que a visita deste homem idoso à sua cidade natal poderá ser um barómetro (aparelho que mede a pressão) para ver se as autoridades norte e sul-coreanas têm vontade de melhorar suas relações".

Na Coréia do Sul, Kim se emocionou ao visitar campos de concentração, museus de guerra e Yangpyeong, uma pequena cidade agrícola perto de Seul, onde se rendeu ao exército inimigo, apenas algumas semanas depois de ter sido recrutado para as fileiras norte-coreanas, em 1950.

A guerra da Coreia teve início em junho de 1950 e terminou em julho de 1953. Mais de 2 milhões de pessoas, entre americanos, chineses, norte e sul-coreanos morreram. 

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