Após ir até a Comissão de Direiros Humanos para discutir formas de combater a homofobia, o ator Leonardo Vieira esteve, nesta segunda-feira, 9, na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, no Rio de Janeiro, para denunciar os ataques virtuais que sofreu após ser clicado aos beijos em uma boate. Acompanhado de mais duas pessoas, o ator chegou ao local por volta das 15h40.
Mais cedo, Leonardo conversou com o EGO sobre a repercussão das fotos. “Não é a exposição de um beijo que me incomoda. Não fiz nada demais. Um beijo é um ato de amor”, disse ele. “Acho que não pode haver desrespeito à dignidade humana, nunca. Nesse caso, são ataques à dignidade e isso independe de credo ou orientação sexual. Eu, como pessoa pública, me sinto na obrigação de tomar à frente disso, de participar desse movimento contra as diferenças, porque a minha voz é mais facilmente ouvida do que a de um menino que é atacado na favela por ser homossexual. Ele talvez nunca seja ouvido, talvez comece a achar, inclusive, que é errado dar vazão ao que ele é de fato”, afirmou.
Nesta segunda, 9, o ator divulgou uma carta aberta direcionada à imprensa, na qual dá seu depoimento sobre o caso.
“No dia 28 de dezembro, comemorei meu aniversário e, para celebrar, fui a uma festa privada de um conhecido. Lá reencontrei um amigo que já não mora mais no Brasil e acabamos nos beijando. Um fotógrafo não perdeu a oportunidade e disparou uma rajada de cliques registrando a situação. O que era para ser um momento meu, acabou se tornando público. No dia seguinte, a foto do beijo entre dois homens estava estampada na capa de um grande site de celebridades e replicada em diversos outros espaços”, escreveu.
“Nunca escondi minha sexualidade, quem me conhece sabe disso. Não estou ‘saindo do armário’, porque nunca estive dentro de um. Também nunca fui um enrustido. Meus pais souberam da minha orientação sexual desde quando eu ainda era muito jovem. No início não foi fácil pra eles, pois somos de famílias católicas e com características bem conservadoras, mas com o tempo eles passaram a me respeitar e aceitar a minha orientação. Eles puderam perceber através da minha conduta que isso era apenas um detalhe da minha personalidade. Eles entenderam que o filho deles podia ser uma boa pessoa, honesto, bom caráter, bom filho, bom amigo, mesmo sendo ‘gay’. Hoje, a única preocupação da minha mãe é que eu não seja feliz. Eu posso afirmar para ela que sou feliz. Tenho um trabalho que me realiza, amigos que me amam e uma família que me conhece de verdade e que me aceita como eu sou, sem hipocrisias. Meu caso não é nem o primeiro e nem será o último”, continuou.
(EGO)