Todas as unidades hospitalares do Governo do Estado vêm reduzindo sensivelmente os índices de infecção hospitalar desde a implantação das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIHs), exigidas pela Portaria no. 2616 do Ministério da Saúde aos hospitais públicos e particulares de todo o país. Os hospitais regionais estaduais hoje são os que possuem os menores índices de incidência da história do Estado. A afirmação é do diretor-geral do Centro Integrado de Assistência Psico-social (Ciaps) Adauto Botelho, Rodrigo Sérgio Garcia Rodrigues.
Segundo ele, a unidade pode ser considerada um exemplo em atendimento e em procedimentos de controle de infecções. “Em 50 anos de existência, o Adauto Botelho nunca funcionou com este padrão de qualidade que funciona hoje, desde o controle de infecção e a alimentação, até o atendimento aos internos e em todos os outros serviços prestados. É importante que se registre que do descaso por que passou por longos anos, até por discriminação de sua clientela por parte da sociedade, o Adauto Botelho só tem lembrança”, afirmou.
Rodrigo Rodrigues disse ainda que mesmo não realizando cirurgias, quando os riscos de infecção hospitalar são maiores, a unidade se mantém vigilante quanto a isso. “Há hospitais particulares que não têm a qualidade dos serviços que prestamos hoje. Além do que, somos pioneiros no Brasil na implantação da unidade de Justiça Terapêutica, embora poucos saibam disso”, afirmou Rodrigo Rodrigues.
A opinião é compartilhada pela coordenadora da CCIH do Hospital Regional de Colíder (650 Km ao Norte de Cuiabá), a enfermeira Marise Isolani. De acordo com ela, uma das áreas responsáveis por essa redução e melhoria da qualidade dos hospitais públicos estaduais é o setor de lavanderia. No hospital, a prestadora aumentou em 600% os procedimentos de higienização da rouparia da unidade, desde a coleta, separação, pesagem e lavagem. Além do Ciaps Adauto Botelho e do Hospital Regional de Colíder, o Governo do Estado mantém os hospitais regionais de Rondonópolis e Cáceres, com suas respectivas comissões de controle.
“Antes, a lavanderia ficava dentro da própria unidade e os produtos químicos utilizados eram domésticos e não industriais, como prevê a legislação. Também não havia procedimentos corretos de separação de roupas sujas das limpas, o que acabava contribuindo para a propagação das infecções hospitalares”, explicou Marise. Para ela, esta melhoria de qualidade, tanto no atendimento, como nos procedimentos técnicos nas unidades públicas estaduais, é motivo de orgulho para os servidores da Saúde do Estado.
A coordenadora informou que o trabalho dos integrantes da CCIH foi desenvolvido em parceria com a prestadora que já é uma referência nacional em termos de lavanderia hospitalar. A Griffforth, empresa responsável pela higienização da rouparia das unidades de Colíder, Sorriso e Ciaps Adauto Botelho, tem a classificação ISO 9000 de qualidade e atua há 7 anos no setor em Estados do Centro-Oeste e do Norte do Brasil.
Marise Isolani salientou que foi preciso reorganizar os processos administrativos da unidade para atender à nova metodologia de serviço. “Antes tínhamos até um ou outro registro de infecção hospitalar, mas hoje, como profissional de Saúde, posso afirmar que na nossa unidade, se não há riscos no tocante ao trabalho da lavanderia ou a outra área, eles são os mínimos possíveis”, destacou.
Ela informou que o serviços ambulatoriais do Hospital Regional de Colíder atende uma média de 4.500 pacientes por mês e a emergência cerca de 3.500/mês. A unidade possui 54 leitos e serviços de clínica geral, anestesiologia, pediatria e ainda um berçário de alto risco semi-intensivo de pré-natal. De acordo com Marise, a unidade atende também pacientes provenientes de municípios da região, como Nova Canaã do Norte, Nova Guarita, Itaúba, Nova Santa Helena, além de pacientes indígenas da Funasa e municípios do extremo-sul do Pará.
QUALIDADE NOS SERVIÇOS – Para a empresária Márcia Antonia Campos Neves, da Grifforth, a qualidade dos serviços prestados pela empresa e a determinação governamental de busca de qualidade no atendimento de Saúde são os fatores que preponderaram na conquista desses resultados positivos.
“Nossa empresa trabalha de acordo com as técnicas normatizadas no país pela Organização Nacional de Acreditação Hospitalar (ONAH) e as segue à risca em todos os sentidos”, afirmou. Ela informou que a metodologia parte de uma visão global de procedimentos na higienização da rouparia de clientes internos (funcionários) e clientes externos (pacientes e visitantes). “Adotamos técnicas de classificação de sujidade da rouparia como complexa sujidade e média sujidade, nossos funcionários só trabalham com Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), temos um controle rígido na separação física da rouparia de área suja e área limpa, enfim, trabalhamos para prestar o melhor serviço possível”, afirmou.
“Trabalhamos desde a verificação das condições do maquinário utilizado, adequação física das instalações até na implantação dos procedimentos de coleta seletiva da rouparia e na capacitação e treinamento dos funcionários da empresa e servidores da unidade cliente, em consonância com os setores administrativos de cada uma delas e com as comissões de prevenção internas”, informou. Márcia Campos Neves destacou que trabalha com uma equipe de profissionais consultores especialistas nas áreas de infectologia, epidemiologia, pesquisa, administração hospitalar, vigilância sanitária e outros de formação pedagógica em recursos humanos.