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Um ano após vencer a Covid caminhoneiro que ficou em UTI em Sinop comemora: ‘uma bênção’

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Só Notícias/Luan Cordeiro (foto: arquivo/divulgação)

Mesmo com um quadro considerado gravíssimo e por horas parecendo ser irreversível, o caminhoneiro Elizeu de Souza, de 41 anos, nunca se abalou e deixou de lutar. Agora, um ano depois de vencer a dura batalha contra a Covid (completou ontem), ele comemorou, em entrevista ao Só Notícias, a nova oportunidade, com um sentimento de vida renovada.

Souza, que é morador de Guarantã do Norte, contraiu a Covid em uma viagem de trabalho. À época, como o município não tinha estrutura e recursos suficientes para quadros graves, foi transferido às pressas para Unidade de Terapia Intensiva no Hospital Regional de Sinop. Permaneceu 22 dias internado, sendo 17 intubado. Durante o processo, chegou a perder 20 quilos e teve inchaço no corpo, mas hoje, a sensação é de gratidão, com uma fé inabalável.

“Depois da viagem, cheguei meio ruim, mas achava que não era Covid e trabalhei ainda em mais duas viagens. Estava ruim, mas tratando como se fosse uma gripe. Comecei a perder olfato, paladar, ter febre, aí começou a piorar. Quando cheguei em um carregamento, não aguentei carregar e minha esposa teve que ir me buscar, porque eu não conseguia nem sair da cama, com falta de ar, dor no peito, febre. Aí fui socorrido por uma equipe de médicos de Guarantã, muito humanitária”, explicou.

Após o socorro, veio mais uma complicação: a falta de estrutura para quadros delicados. “O quadro era muito grave. Fizeram os primeiros socorros, medicamentos, tratando como se fosse Covid, e conseguiram a transferência para o Hospital Regional de Sinop, onde cheguei e fui muito bem tratado”, acrescentou.

O atendimento, segundo Elizeu, foi o melhor já visto em uma unidade pública e não mede palavras para demonstrar a gratidão aos profissionais, que ele trata como verdadeiros “anjos da guarda”. “Cheguei muito ruim e na hora me atenderam. A equipe do Covid foi excepcional, queria agradecer, porque se não fosse eles, eu não estaria aqui hoje, um ano depois, para contar essa história. Desde as zeladoras até os médicos, todos maravilhosos”, disse.

Outro anjo para Elizeu, é a esposa Nelma Gomes Martins, pela qual não esconde todo o amor. “Ela não parou nunca, então é meu anjo da guarda também, ela é a minha vida. Ficou o tempo todo em Sinop, correu atrás e me levou ao médico. Me ajudou muito, tenho só que agradecer”, declarou.

Agora, o caminhoneiro vive intensamente a segunda chance. “Poucos tiveram (outra chance), perdi amigos e familiares com Covid, até mesmo em cidades com mais recursos, onde o acesso é mais rápido, mas não conseguiram se salvar. Foi uma bênção. Deus colocou anjos no meu caminho, desde Guarantã até Sinop. Se não fosse eles e as decisões que tomaram, acho que eu não estava aqui um ano depois para contar o que aconteceu”, completou.

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