Mato Grosso vai intensificar as ações de enfrentamento e combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. O Estado recebeu do Ministério da Saúde (MS) recursos na ordem de R$ 81,1 mil que serão investidos na campanha estadual de sensibilização da população sobre os cuidados básicos de prevenção à doença. “As ações de combate ao mosquito da dengue são contínuas, acontecem durante todo o ano. Porém, como este período é considerado crítico por causa das chuvas vamos intensificar as estratégias de controle”, disse a coordenadora de Vigilância Ambiental da Ses, Vera Lúcia Dias Lopes.
Para todo o país, o Ministério da Saúde irá investir R$ 12 milhões. O recurso disponibilizado ao Estado será aplicado na confecção de cartazes, material educativo e na mobilização da sociedade. A ação estratégica inclui vários setores da Saúde do Estado, principalmente, as Vigilâncias Ambiental, Sanitária e Epidemiológica, além do envolvimento dos 141 municípios e das equipes do Programa Saúde da Família (PSF) e do MT-Laboratório, que é responsável pela realização do exame sorológico da dengue. “O combate à dengue não é somente uma ação da Vigilância Ambiental, sendo necessário que todos os setores da Saúde estejam interligados e trabalhando em consonância para que o controle seja efetivo”, comentou.
Durante os nove primeiros meses de 2005, foram notificados 8.364 casos da doença no Estado, com circulação de três sorotipos. Em 2004, no mesmo período, ocorreram 3.054 notificações. Porém, Vera Lúcia explica que a dengue é uma doença cuja ocorrência aumenta no período das chuvas, que começou mais cedo este ano. Um outro ponto se deve ao fato das ações terem sofrido uma leve suspensão em função da troca de gestores municipais no início do ano. ”Alguns municípios dispensaram os Agentes de Saúde Ambiente (ASA), responsáveis pelas ações de campo e orientação à população. Em outros houve demora na atuação rotineira do combate ao mosquito”, observou.
Para o controle e combate da doença é preciso eliminar os criadouros do mosquito. Por isso, a importância da mobilização de toda população no sentido de evitar os chamados “potenciais criadouros”, ou seja, os pneus, tambores, tanques, barris, tinas, depósitos de barro, vasos de plantas, material de construção, peças de carro, garrafas, latas, plásticos, poços e cisternas, entre outros.
O sistema de informação da Vigilância Ambiental mostra que larvas do Aedes foram encontradas em 13.667 (38,35% de freqüência) recipientes como tambores, tanques e outros tipos de depósitos de água que ficam no chão. Outras 9.681 (27,16%) foram encontradas vivendo em garrafas, latas e plásticos com água e 4.345 (7,87%) em pneus. Por isso, tudo que possa acumular água, mesmo que seja apenas uma lâmina de três milímetros, pode ser um criadouro do mosquito da dengue. “A população precisa dar a contrapartida eliminando os criadouros que ficam dentro de casa”, alertou Vera Lúcia.
Vera Lúcia destacou ainda a importância da parceria dos novos gestores municipais no combate e controle da dengue. “Os municípios são responsáveis pela execução das ações, por isso é preciso que os gestores se sensibilizem e priorizem as atividades de prevenção à dengue, realizando inclusive, um trabalho integrado entre as suas secretarias de Saneamento, Obras e Serviços Públicos e Meio Ambiente”, disse. “A dengue exige uma ação ampla, envolvendo diversas áreas, devendo-se os resultados positivos obtidos a uma conjugação de esforços do poder público e da população”, acrescentou.
De acordo com Vera Lúcia, o dia “D” de combate ao mosquito Aedes está marcado para acontecer em 19 de novembro próximo. Um mês antes, Cuiabá sediará a última reunião Macro do Centro-Oeste, que terá a presença de representantes dos Estados de Goiás, Mato Grosso Sul, além de Mato Grosso e Distrito Federal.
No Estado, 18 municípios são prioritários para o Programa Nacional no Controle à Dengue (PNCD), que funciona em diversas frentes, não apenas no ataque ao mosquito, mas também no saneamento domiciliar, na educação para a saúde e na capacitação de recursos humanos, como educadores de saúde, supervisores, agentes de saúde e médicos para a atenção ao doente.