A secretária municipal de Saúde, Elizeth Araújo, disse que um dos maiores entraves tem sido o aumento na procura pela saúde pública da capital que, apenas em 2017, registrou acréscimos de 48,33% na produção geral, se comparado com 2016. Esse percentual elevado nos atendimentos foi sentido em toda a rede e é reflexo da crise nacional que culminou na perda de planos privados de saúde e no fechamento de hospitais regionais. “Sem plano de saúde e sem o serviço em seu município de origem, Cuiabá, mais do que nunca, se tornou a referência em saúde para todo Mato Grosso”, declarou.
Ela fez prestação de contas das ações da saúde durante audiência na câmara. Sobre a falta ou a entrega fracionada de 249 medicamentos, a secretária ressaltou que esses atendimentos vindos do interior de Mato Grosso, aliado à falta de repasses estaduais à pasta, refletiram diretamente no estoque, planejamento e aquisição de medicamentos. “Nosso planejamento, que vem sendo feito com muita responsabilidade e com o apoio dos órgãos fiscalizadores e que inclusive está à disposição de toda a vereança, foi frustrado por conta desses quase 50% a mais, vindos do interior do Estado e que não tinham como serem previstos, e pelos atrasos nos repasses estaduais que somados aos meses de 2018 chegam a R$ 60 milhões e ainda pelo não cumprimento do contrato por parte de algumas empresas. Com essa realidade, é humanamente impossível pedir que Cuiabá atenda a nossa população e a de todo Mato Grosso sem que faltem medicamentos e insumos”, frisou.
A secretária informou que está sendo feita compra emergencial no valor de R$ 30 milhões para sanar o quanto antes o problema e outra, na modalidade de pregão, no valor de R$ 130 milhões, para assegurar à população cuiabana a entrega contínua dos cerca de 800 itens de responsabilidade do município, até o fim de 2019. “A emergencial já entrará, entre essa e a próxima semana, na fase final. Com ela, asseguraremos medicamentos pelos próximos seis meses quando já teremos concluído o pregão que desde o dia 23 de fevereiro está com edital aberto para empresas interessadas e até junho deverá ser concluído. É importante destacar que não estamos poupando esforços para resolver o quanto antes e com o máximo de humanização a falta ou racionamento desses 249 itens. Vale lembrar que nenhuma unidade deixou de atender os pacientes e que a maioria deles está sendo substituídos por similares. Por exemplo, se não tem o medicamento em gotas, ele é suprido pela mesma posologia em comprimido ou por um equivalente. Além disso, aos que de fato não podem ser trocados por outros, como os de hipertensão e demais doenças crônicas, estamos direcionando o munícipe para a rede de farmácia popular para que retirem o remédio de forma gratuita até que sejam restabelecidos na secretaria”, completou.
A informação é da assessoria.