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Secretaria adere à campanha de conscientização da hanseníase em Mato Grosso

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Redação Só Notícias (foto: Ana Lazarini/assessoria)

A secretaria Estadual de Saúde e entidades parceiras firmaram, hoje, um Termo de Cooperação de adesão à campanha “Não esqueça da hanseníase”, da Organização Mundial da Saúde. O compromisso foi firmado durante a 11ª reunião ordinária da Comissão Intergestores Bipartite de Mato Grosso,  em Cuiabá. Além da secretaria, aderiram ao termo o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso, Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase e a Rede Universitária Estadual de Enfrentamento à Hanseníase no Estado.

Para o secretário Estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, o enfrentamento à hanseníase deve ser uma das prioridades da Saúde Pública. O gestor entende a necessidade de Mato Grosso abraçar a temática, visto que o estado apresenta níveis considerados hiperendêmicos para a doença. “Vamos continuar com o trabalho robusto realizado pela equipe técnica da pasta e incentivar a busca ativa dos casos, pois somente após o diagnóstico de hanseníase é possível iniciar um tratamento. Queremos o diagnóstico precoce e, mais do que isso, queremos amenizar a sequelas desta doença”, diz o secretário.

O coordenador nacional do Morhan, Arthur Custódio, avaliou positivamente o compromisso feito com o estado. “O relatório da Organização das Nações Unidas apontou um grave decréscimo no diagnóstico da hanseníase durante a pandemia. No Brasil, a queda foi na ordem de 50% se comparado com 2019. Já estamos enfrentando os problemas e tendo casos chegando nas unidades de saúde com sequelas. Então é importante que o Estado, todos os municípios e entidades estejam juntos no enfrentamento da doença para eliminarmos os estigmas e divulgarmos a importância do diagnóstico e tratamento da hanseníase”.

Por meio do Termo de Cooperação, as entidades se comprometeram em promover a conscientização sobre a hanseníase e o combate à discriminação sofrida por pessoas afetadas pela doença. Contente com a proposta de trabalho integrado, o coordenador do núcleo do Morhan Cuiabá, João Vitor Pacheco, ressalta que, enquanto integrante da sociedade civil, não tem poder de legislar, mas tem a força necessária e voluntária para uma boa comunicação.

“É importante essa ponte de comunicação que está sendo criada entre a sociedade civil, o Governo do Estado e os municípios, pois a hanseníase é uma doença negligenciada e espero que o Estado consiga auxiliar e dar o suporte necessário para enfrentarmos essa situação”, avalia João.

Segundo a coordenadora de Doenças Crônicas da secretaria, Ana Carolina Landgraf, essa somatória de esforços foi possível graças à união e ao reconhecimento de que o Estado precisa de parceiros no enfrentamento da doença. “Hoje temos vários parceiros que reconhecem a força de Mato Grosso. Os municípios estão trabalhando como nunca trabalharam nesses últimos anos e isso se deve ao engajamento da gestão estadual no fortalecimento das ações e dos profissionais da saúde que estão empenhados no combate à hanseníase”.

Mato Grosso apresenta níveis considerados hiperendêmicos para a hanseníase há muitos anos. Considerando os últimos cinco anos, 2018 destacou-se pelo maior número de casos novos e pela maior taxa de detecção da doença, com 4.678 casos, representando 138,30 casos novos por 100.000 habitantes. O ano de 2019 seguiu a mesma tendência, com leve decréscimo.

Contudo, no ano passado, foram diagnosticados 2.517 casos novos de hanseníase no estado, um decréscimo abrupto e não esperado pela tendência estatística e comportamental da doença. De acordo com o relatório da Organização das Nações Unidas, a diminuição do número de casos pode ser reflexo da pandemia da Covid, que trouxe dificuldades no acesso da população aos serviços de saúde.

Comparando a curva epidemiológica da hanseníase entre 2019 e 2020, estima-se que mais de 50% de casos novos deixaram de ser diagnosticados em todo o mundo – o que também pode ser observado no Brasil e no Estado.

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