A diretoria da Santa de Misericórdia e Maternidade de Rondonópolis descarta a proposta de municipalização do hospital, que há algumas semanas foi cogitada pelo Município para amenizar a situação da saúde pública local. Em entrevista coletiva à imprensa, o diretor técnico da Santa Casa, o médico plantonista obstetra Jaeder Carlos Pereira Júnior, reforçou que a unidade hospitalar é uma instituição privada, sem fins lucrativos, tendo autonomia para decidir o seu futuro. Contudo, o hospital repassou que está à disposição da Prefeitura de Rondonópolis para novas parcerias.
“A municipalização é uma coisa que não existe, é algo impossível de acontecer”, reforçou Jaeder Pereira, acrescentando que, diante dessa realidade, a Prefeitura não fala mais em municipalização da Santa Casa. “Vejo com tranquilidade essa situação [sobre os rumores da municipalização]. Entendo que houve mudança na administração…”, analisou o diretor técnico, destacando que a Santa Casa é a parceira ideal para ajudar a melhorar a saúde municipal. Isso porque, segundo o médico, é importante atender a população em geral, seja as classes menos abastadas ou não.
Jaeder Pereira avalia como absurdo qualquer pensamento de intervenção da Santa Casa. “Já passamos dessa época de ditadura. Acho que o entendimento sempre é a melhor forma”, argumentou. Inclusive, o diretor técnico externou que a informação que recebeu é que o prefeito Zé Carlos do Pátio está receptivo à proposta de parceria para resolver os problemas da saúde de Rondonópolis. Nesse sentido, a diretoria aguarda apenas a formulação de propostas por parte do Município.
Atualmente, Jaeder Pereira repassa que a Santa Casa já mantém parcerias com o Governo do Estado, a Prefeitura de Rondonópolis, instituições privadas e independentes e, principalmente, com a comunidade. Com a Prefeitura, por exemplo, já existem parcerias em andamento nas áreas de Obstetrícia, UTI Neonatal, Pediatria, UTI Adulto (cardiologia e geral), Cirurgias Eletivas e Cardiologia. As parcerias são importantes porque o hospital registra uma média de 790 internações por mês, com uma taxa de ocupação média de 74% do Sistema Único de Saúde (SUS).
No caso do problema relacionado ao acúmulo de cirurgias eletivas na cidade, o diretor técnico frisou novamente a necessidade da efetivação de parcerias. “As cirurgias eletivas são um problema de todo o país e estamos à disposição para ajudar o Município, através de parceria”, repassou, lembrando que, para isso, no entanto, também é preciso melhorar as condições técnicas e estruturais. “Estamos à disposição para terminar com essa fila [para cirurgia eletiva]”, afirmou. “O nosso objetivo é atender o SUS com qualidade”, frisou.
A Santa Casa continua em busca do crescimento, segundo a diretoria do hospital. Um dos projetos é o da construção do Laboratório de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista de Cuiabá (Lacic), que contará com pronto-atendimento em cardiologia, UTI coronariana e o serviço de hemodinâmica. Os serviços do Lacic serão prestados de forma terceirizada à população. A área a ser construída é de cerca de 500 m². Há ainda o intuito de aumentar a maternidade. “Nós temos sonhos de crescer. Nós temos desejo de ser referência nacional”, pontuou o diretor técnico.