A leishmaniose visceral continua preocupando as autoridades de saúde em Rondonópolis. Em 2008, 25 pessoas já ficaram doentes até o momento e duas pessoas morreram com a doença na cidade. O último caso foi notificado nesta sexta-feira (25), em um homem de 47 anos, que foi internado no Hospital Regional, mas já recebeu alta e passa bem. Em 2007, 13 pessoas ficaram doentes e quatro pessoas morreram de leishmaniose visceral.
Os números revelam, por um lado, que as mortes causadas pela leishmaniose visceral estabilizaram, mas o número de casos da doença continua aumentando. O último óbito foi registrado no começo do ano. A gerente do Departamento de Saúde Coletiva, Maria da Glória Ormond Pereira, explica que o diagnóstico precoce dos casos e a assistência médica aos pacientes, com tratamento e acompanhamento adequados, contribuíram na estabilização do número de óbitos pela doença.
No entanto, Maria da Glória alerta que, enquanto não for eliminado por completo o vetor (mosquito flebótomo), vai continuar havendo casos de leishmaniose visceral na cidade. Por isso, ela salienta a importância das ações não só por parte do poder público no combate ao vetor, mas também de toda a população no sentido de manter suas residências e terrenos limpos, não acumulando lixo orgânico.
Conforme o Departamento, diante da situação, o Município continua fazendo o controle químico com a borrifação nas residências com casos positivos da doença e em um raio de 150 metros das mesmas, assim como a pesquisa entomológica de monitoramento, para verificar a existência do vetor, e a devida orientação dos moradores quanto à limpeza de casas e terrenos baldios nos diversos pontos da cidade.
Maria da Glória destaca que a população não pode relaxar dos cuidados com a leishmaniose visceral. Ela diz que a Secretaria Municipal de Saúde está muito preocupada com os pacientes doentes, com um diagnóstico rápido e acompanhamento contínuo por um ano, no mínimo, já que a doença tem cura. Orienta que as pessoas com sintomas suspeitos procurem o mais rápido possível a unidade de saúde mais próxima de casa.
Os principais sintomas da doença no homem são: febre irregular por muito tempo; crescimento da barriga; anemia e palidez; emagrecimento; fraqueza; problemas respiratórias; diarréia; e, em casos mais graves, sangramento na boca e intestino.
A proliferação da doença ocorre através da picada do mosquito (o flebótomo) contaminado. A principal característica para a proliferação é o habitat que o mosquito sobrevive: local úmido com alto teor de matéria orgânica. A infecção ocorre quando a fêmea suga o sangue de um mamífero infectado e este pica o homem.
O cachorro é um dos reservatórios da doença. Na cidade, o índice de infestação nos cães continua alto.