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Pronto-Socorro em Várzea Grande suspende cirurgias

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Cirurgias estarão suspensas amanhã e durante o final de semana no Pronto-Socorro de Várzea Grande devido a falta de médico. Sete profissionais, entre anestesistas e cirurgiões, pediram demissão, motivados pelos atrasos salariais. A situação é crítica e já traz problemas ao Pronto-Socorro de Cuiabá, que precisa absorver a demanda. Para piorar ainda mais a situação, as policlínicas da cidade funcionam apenas em dias úteis e até às 22h, tornando o PS único ponto de atendimento, disponível para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), à noite e nos sábados e domingos.

Durante as festas da virada do ano, o número de atendimentos de urgência e emergência nos prontos- socorros aumenta 40%. O acréscimo é gerado pelo consumo excessivo de bebida alcoólica, que motiva conflitos e acidentes de trânsito. Além dos pacientes da cidade, o PS de Várzea Grande é referência para municípios da Baixada Cuiabana e para vítimas das colisões que acontecem nas BRs, que cortam o aglomerado urbano.

Outra preocupação está com relação à distância. Muitas ambulâncias do Sistema de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) são informadas da falta de médico quando chegam ao local e precisam atravessar a cidade para chegar a Cuiabá, onde conseguem vaga para o atendimento. Como os casos são graves, há risco das pessoas morrerem no caminho. O aumento do percurso também gera atraso no resgate. O veículo vai demorar mais tempo para entregar o paciente no PS e entrar em outra ocorrência. O cenário prejudica toda a logística, que definiu pontos descentralizados para as equipes de serviço do Samu.

Reivindicação – O representante do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), Celso Vargas, explica que o salário está em dia, mas as verbas indenizatórias, que representam 65% da remuneração do profissional, não são pagas há 5 meses. O piso salarial de um médico no município é R$ 1,9 mil. Vargas explica que a falta de pagamento, unida com a estrutura física precária do Pronto-Socorro e a falta de equipamentos, resultou nas demissões. Ele acredita que outros funcionários da instituição podem entrar com pedido de demissão nos próximos dias.

Conforme Vargas, o Sindimed fez vários relatórios sobre problemas estruturais tanto no PS de Várzea Grande como o de Cuiabá. Conforme o médico, os documentos não são mais quantificados por unidades e sim por peso. ‘Hoje, são cerca de 3 kg de papel‘. Os pontos denunciados não recebem a atenção do poder público, o que pode ser visto nos centros cirúrgicos de Várzea Grande. Um está funcionando e os outros 2 aguardam a conclusão das reformas. Outra questão é a falta de medicamento, que acontece com frequência.

O representante acredita que o começo do próximo ano será marcado pela greve dos profissionais, que é tida como algo inevitável. Ele relata que todas as reuniões feitas com os gestores municipais não tiveram sucesso. Os servidores são informados que não há dinheiro e nem sequer previsão para o pagamento das verbas. Na última assembleia da categoria, os médicos diziam-se humilhados com a situação, mas a maioria optou por manter o atendimento até o final do ano para não causar danos à população.

A minoria, que era a favor da greve, está pedindo a saída do quadro de funcionários, o que traz espaços abertos na escala dos plantões. Uma equipe precisa de 2 cirurgiões e 1 anestesista para operar, mas sempre falta um dos profissionais do grupo, o que obriga a transferência dos pacientes para Cuiabá.

 

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