Pesquisadores do Brasil, em Hantavirose, destacaram o ineditismo e a importância do 2º Workshop Nacional sobre Pesquisas Aplicadas em Hantavírus, que está acontecendo em Mato Grosso e termina amanhã. As pesquisadoras Akemi Suzuki e Ivani Bisordi, do Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo, elencaram que a troca de experiências e de informações é fundamental para o avanço dos estudos sobre a Hantavirose, principalmente por se tratar de uma doença emergente recente. Suzuki destacou também a relevância da comunicação com pesquisadores de outros países, como James Mills, dos Estados Unidos, um dos pioneiros em estudos sobre Hantavirose, proporcionada pelo encontro.
Segundo Ivani Bisordi, representante do Instituto Adolfo Lutz, a entidade vem desenvolvendo pesquisas para encontrar o Hantavírus em roedores, o que ajuda no enfrentamento da doença. Para as pesquisadoras “entender as características moleculares do Hantavírus presente nas amostras de sangue dos ratos silvestres é fundamental para produção de insumos e promoção de estratégias preventivas”.
As pesquisadoras disseram que existem limitações no diagnóstico laboratorial da doença daí a maior importância dos estudos. Para um diagnóstico preciso é necessário se levar em consideração os aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais. “Clínicos são os sintomas que o paciente apresenta, epidemiológicos, a que tipo de situação a pessoa foi exposta, se vive em zona rural, onde se dá o contato com o hospedeiro e por fim o laboratorial determina o agente causador da enfermidade” explicou Akemi.
Sobre as características clínicas da virose, a pesquisadora Solange Viana Garcia Rosa, da Secretaria Municipal de Campo Novo do Parecis-MT, disse que a preocupação está em se conhecer a doença, e principalmente, em reduzir o grau de letalidade, para isso é necessário que o diagnóstico precoce, antes que passe para a fase grave, seja rápido e preciso. “É certo que estamos apenas nos primeiros estudos, mas o que buscamos com este intercâmbio de informações é que encontremos unidade na forma de controle e prevenção da doença”, disse.
Campo Novo do Parecis é sede de uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde e Fiocruz, Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Secretaria de Saúde do Paraná e Laboratório Evandro Chagas do Estado do Pará, que pretende analisar a dinâmica populacional do rato silvestre, roedor que é reservatório natural do vírus. Em 2006 o município notificou 13 casos da virose, dos quais 09 foram a óbito. Em 2007 foram seis casos, com dois óbitos. Em 2008, até o momento, foi notificado um caso que foi a óbito.