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Pesquisa identifica prevalência de anticorpos da Covid em 12,5% da população em Sinop e mais 9 em MT  

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Redação Só Notícias (foto: assessoria/arquivo)

A pesquisa soroepidemiológica coordenada pela professora Ana Claudia Pereira Terças Prettel, da Universidade do Estado de Mato Grosso e financiada pela secretaria Estadual de Saúde foi para saber quanto da população já foi contaminada pela Covid é um dado relevante para entender como a doença funciona e com isso adotar medidas preventivas. A pesquisa identificou a prevalência de anticorpos em 12,5% da população nos municípios de Água Boa, Alta Floresta, Barra do Garças, Cáceres, Cuiabá, Juína, Rondonópolis, Sinop, Tangará da Serra e Várzea Grande.

Além de levantar a prevalência de anticorpos ao Coronavírus de polos de Mato Grosso, que se configuram centros polarizadores, por conta da estrutura urbana e intensidade dos fluxos das redes existentes, o estudo também vai descrever como a população dessas cidades vem se comportando em face da doença, quais hábitos estão sendo adotados, as condições de saúde de forma geral, e também dados sobre a saúde mental da população.

A prevalência de anticorpos no conjunto dos dez municípios avaliados foi de 12,5%, mas a variação encontrada nas cidades ficou entre 7,4% a 24,3% entre os municípios. Várzea Grande foi a cidade que apresentou a maior prevalência com 24,3%, seguido de Cuiabá (17,5%), Sinop (13,6%), Barra do Garças (12,9%) e Cáceres (12,8%).

Os pesquisadores lembram que considerando a soroprevalência estimada pela amostra e a população de 20 anos ou mais para o estado de Mato Grosso (2.397.225 habitantes), o número de pessoas já infectadas é de cerca de 299.563 habitantes, mesmo assim alertam que é preciso cautela com a generalização dos resultados para o Estado. “É importante destacar que a realização deste inquérito no estado de Mato Grosso no período entre setembro e outubro já evidencia a expansão da doença, passando de 0,4% em junho (Hallal et al., 2020) para 12,5% em setembro/outubro. A baixa prevalência de pessoas infectadas no estado, significa que ainda existe uma grande quantidade de pessoas em risco de adquirir a doença enquanto não estiverem disponíveis vacinas efetivas sendo, portanto, importante a manutenção das ações de prevenção”, diz trecho do relatório.

Para a professora da Unemat o trabalho das equipes de vigilância epidemiológica nesses municípios tem sido de qualidade, o que pode refletir nessa baixa prevalência. Além disso, ela acredita que o número maior, no que diz respeito a prevalência, que achamos nesse inquérito epidemiológico sejam de pessoas assintomáticas”.

Sobre a questão de gênero, a prevalência foi maior nos homens com 53,7%, e a faixa etária que prevaleceu dentre aqueles que tiveram anticorpos detectados foi dos 30-49 anos (42,5%).

Quanto as análises da saúde mental da população em decorrência da pandemia, do nível de estresse e depressão, as mesmas serão feitas em parceria com equipes da Enfermagem Psiquiátrica da Universidade de São Paulo (USP).   “Durante a coleta de dados junto a população foi aplicado o procedimento DSM-5, que nada mais é do que um manual diagnóstico e estatístico da Associação Americana de Psiquiatria (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2014), constituído de 23 questões que avaliam 13 domínios da saúde mental, incluindo depressão, raiva, mania, ansiedade, sintomas somáticos, ideação suicida, psicose, distúrbio do sono, memória, pensamentos e comportamentos repetitivos, dissociação, funcionamento da personalidade e uso de substância. Cada domínio consiste de 1 a 3 perguntas. Cada item investiga o quanto (ou com que frequência) o indivíduo tem sido perturbado pelo sintoma específico durante as duas últimas semanas”, explica a professora.

De acordo com ela, esses dados ainda não estão consolidados, mas poderão demonstrar o quanto a população do Estado foi afetada com a pandemia e as medidas de distanciamento e isolamento social.

A coordenadora da pesquisa, explicou que metodologia adotada para essa pesquisa soro epidemiológica é a de inquérito, e para esse levantamento utilizou como base setores censitários conforme preconiza o IBGE com o sorteio aleatório de casas e também de moradores, além de realizar a coleta de dados a partir de um software disponibilizado pelo Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos da América, chamado Epi InfoTM.

“Toda a coleta foi realizada em tablets e smartphones a fim de agilizar o processamento da informação. O pessoal envolvido na coleta, que foram os servidores das secretarias municipal de saúde, e também acadêmicos de diferentes instituições que atuaram como voluntários foram capacitados para garantir a confiabilidade da pesquisa”, explica a professora.

Ao todo, foram analisadas 4.206 amostras de sangue no Laboratório Central do Estado, que foram analisadas juntamente com o questionário respondido pelo participante. Os testes feitos foram por quimioluminescência para a determinação quantitativa de anticorpos IgC contra as proteínas S1 e S2 do SARS-CoV-2.

A coleta dos dados ocorreu entre 16 de setembro e 15 de outubro e a equipe de campo envolveu 656 trabalhadores da saúde e estudantes voluntários. Todos os entrevistadores realizaram teste RT-PCR antes de iniciar em campo e teste sorológico ao final da coleta de dados, visando assim monitorar a saúde de toda a equipe envolvida e garantir a segurança aos profissionais e a população que foi visitada em seu domicílio.

O projeto foi uma parceria entre o governo do Estado de Mato Grosso, por meio do financiamento da secretaria de Estado de Saúde, Perícia Oficial e Identificação Técnica do Estado de Mato Grosso e instituições de ensino e pesquisa como as Universidades Federal de Mato Grosso, Universidade do Estado de Mato Grosso, Universidade Federal de Rondonópolis e Universidade de Cuiabá, além das Secretarias Municipais de Várzea Grande, Cáceres, Rondonópolis, Barra do Garças, Tangará da Serra, Alta Floresta, Água Boa, Juína e Sinop.

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