A situação hidrográfica de Paranaíta e a proximidade com o estado do Pará estão criando uma situação incômoda para o município. Desde o dia 1º de janeiro até a última sexta-feira foram registrados naquela cidade 51 casos positivos de malária. O número, contudo, deve subir para pelo menos 70 casos, com a realização de dezenas de exames e a suspeita do surgimento de novos casos.
A diretora do Escritório Regional de Saúde em Alta Floresta, Cátia Cristiani Heisller, informou ontem que a situação vem sendo acompanhada atentamente pelo escritório que já iniciou o mapeamento dos locais aonde residem os pacientes infectados pelo mosquito anofelino, vetor da malária. A intenção é identificar os possíveis focos para trabalhos de combate através de borrifação. O mapeamento serve também para prevenir novas vítimas.
No final do ano passado, o escritório já havia atendido um grande número de casos naquele município. Na ocasião, foram registrados vários casos, mas não havia o agravante das chuvas, fator que auxilia na proliferação do mosquito.
Conforme a diretora do escritório, uma equipe de técnicos do ERS deverá estar se deslocando a Paranaíta ainda hoje para acompanhar e orientar a equipe de Vigilância Ambiental do município.
As ações de combate à malária estão definidas em um protocolo definido pelo Ministério da Saúde. As borrifações passaram a ser evitadas, sendo um artifício usado somente em casos extremos, como nos casos de surto.
“O caso de Paranaíta não fugiu do controle, mas é preocupante. A gente tem que dedicar atenção, averiguando os casos, e estaremos indo a Paranaíta pra continuar auxiliando as atividades de combate que já vem sendo feitas pela Secretaria Municipal de Saúde de Paranaíta”, explica Cátia.
A orientação para pessoas quem sintam febre é que procurem auxilio médico, evitando chegar a um estágio mais avançado da doença, quando acontecem as temerosas ‘tremedeiras’. Segundo Cátia, assim que recebe tratamento, a pessoa não é mais transmissora da malária. “E é aí que a gente quebra a cadeia”, acentua.
A proximidade de Paranaíta com Alta Floresta torna fácil a importação de malária. Pessoas que estiveram nos últimos vinte dias no município vizinho e que apresentam algum sintoma típico da doença, febre, sensação de mal estar, dor de cabeça, dor muscular, cansaço e calafrios, também foram orientadas por Cátia a buscarem auxílio médico.
“Não tem como fazer uma barreira, impedir. Que, de repente a malária vai chegar aqui, vai, porque a malária em Alta Floresta nunca acabou”, observou Cátia, lembrando que a equipe da Funasa, pela experiência adquirida ao longo de anos de trabalho, mantém a doença sob controle no município.