O Hospital Santo Antônio (Fundação de Saúde Comunitária de Sinop), -um dos maiores da região Norte- suspenderá, a partir da próxima terça-feira (25), as internações e atendimentos em UTI realizados através do Sistema Único de Saúde, caso o governo do Estado não pague R$ 2 milhões referentes as parcelas atrasadas do convênio firmado entre as partes. A unidade é a única em Sinop conveniada ao SUS e atende pacientes de Sinop e região. São cerca de 450 internações mensais.
A direção, administradores e conselheiros se reuniram, hoje de manhã, na Mitra Diocesana, e confirmaram que a unidade suspenderá os atendimentos caso o governo estadual não pague a conta porque o hospital está com sérias dificuldades financeiras devido a este atraso.
O advogado Cláudio Alves Pereira, que integra o conselho da fundação, disse que o governo está devendo para o hospital desde o dia 1º de agosto. “Estão protelando o calendário de pagamento de um mês para o outro. Quando chega o dia 30, prorrogam para o final do mês seguinte e não pagam”, criticou. A suspensão será geral. “Nós já temos buscado a negociação administrativa há muito tempo e com muita tristeza que temos que tomar essa medida”, lamentou. “A suspensão foi marcada para o dia 25, enquanto é feita comunicação ao Ministério Público, Secretaria Estadual de Saúde e à população em geral”, completa.
O Hospital Santo Antônio atende em diferentes especialidades, entre clínica básica, otorrinos, pediatras, dentre outros. Ano passado, mais de 6 mil pessoas passaram pela unidade. É o único em Sinop, desde agosto, que faz atendimentos pelo SUS.
O hospital foi construído com recursos de benfeitores alemães e com ajuda da sociedade. É ligada a Igreja Católica e o bispo diocesano, Dom Gentil Delazari, também participou da reunião desta manhã com a diretoria.
Outro lado:
Procurada por Só Notícias, a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde informou que recebeu “com surpresa a decisão do hospital porque, na última sexta-feira foram repassados R$ 220 mil e ficou acordado que diretores do hospital iriam a Cuiabá para resolver pendências documentais que, tão logo forem resolvidas, haverá o repasse dos recursos”. A assessoria diz que a secretaria está cumprindo sua parte no acordo e, tão logo as pendências burocráticas forem eliminadas os repasses estarão normalizados.
(Atualizada às 11:12hs)