Levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde, baseado em dados referentes ao período de janeiro a setembro deste ano, aponta que dos 481.316 casos de dengue notificados no país, 43% (ou 206.143) foram registrados em municípios com até 100 mil habitantes.
Para o presidente da Confederação Nacional de Municípios, Paulo Roberto Ziulkoski, essa situação se deve a problemas de saneamento nos pequenos municípios e na zona rural. “Nós precisamos universalizar o saneamento, porque esse é um problema de saúde, é onde se insere a questão de transmissão da dengue”, disse.
O levantamento aponta ainda que apenas 14% dos casos de dengue ocorrem em municípios com mais de 1 milhão de habitantes e que 27% estão nas cidades que têm de 100 mil a 500 mil habitantes, enquanto aquelas na faixa até de 500 mil a 1 milhão concentram 16% dos casos.
Ziulkoski afirmou que “os municípios estão fazendo a sua parte, com campanhas e orientações à população”, mas as prefeituras não têm estrutura ou recursos para “um combate mais efetivo”. A União, lembrou, arrecada a maior parte dos recursos, “mas a cobrança pelas ações efetivas recai sobre os municípios”.
Além do levantamento, o Ministério da Saúde citou exemplos de ações de combate à dengue em regiões metropolitanas, como o Plano Integrado desenvolvido em Belo Horizonte; o Plano de Intensificação Verão 2007, em São Paulo; e a campanha Pan sem Dengue, no Rio de Janeiro.
Para o próximo verão, após o Dia Nacional de Mobilização e Combate à Dengue, marcado para 24 de novembro, o ministério destacou ainda a realização do Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypiti, em 170 municípios mais suscetíveis à ocorrência de surtos da doença. Este levantamento identificará os principais criadouros, para que as prefeituras adotem medidas de redução da proliferação do mosquito antes do período mais crítico, de janeiro a maio.