Cuiabá registra mais uma morte suspeita de dengue hemorrágica. Marina Ferreira de Assunção, 60, é a 13º vítima da doença em Capital. Boletim da Secretaria de Estado de Saúde (SES) aponta que no Estado já são 30 mortos. A família de Marina acusa o Pronto-Socorro Municipal de negligência e reclama do atendimento dispensado à mulher, que chegou na unidade de saúde no dia 20 de maio e teve o quadro agravado a cada dia, sem um diagnóstico preciso dos médicos. A mulher é a 2º vítima da mesma família. Há 29 dias, o pai de Elizabeth de Moura Barbalho, nora de Marina, também morreu de dengue no PS.
O filho de Marina, Kleber Júnior Assunção Leite, conta que passou por uma maratona para conseguir atendimento para a mãe. O primeiro diagnóstico de Marina apontava princípio de pneumonia. Na tarde do dia 20, o resultado de um hemograma apontou que as plaquetas estavam baixas e ela ficou internada para hidratação. "Outro médico viu o exame e descartou pneumonia".
Elizabeth relata que Marina passou a noite sentada em um banco no laboratório do PS. "Ela tinha 60 anos. Somente no dia seguinte arrumaram uma cadeira".
O estado de saúde da idosa, segundo a família, foi agravando a cada dia e nenhuma providência era tomada. No sábado (23), Marina teve crise de falta de ar e ao chegar no hospital, a família foi informada que ela tinha edema pulmonar. A vítima foi cadastrada na Central de Regulação do Sistema Único de Saúde (SUS) para conseguir uma vaga na UTI, mas não havia disponibilidade.
Elizabeth conta que foi até o Ministério Público do Estado (MPE) pedir ajuda e a promotoria pediu que o PS apresentasse um laudo da paciente informando a gravidade do estado de saúde e a disponibilidade de leitos na UTI. Eles conseguiram uma liminar para internação e o oficial chegou ao PS às 4h de domingo, mas a gerente administrativa, identificada como Neuza, se recusava a receber o documento, que foi assinado às 6h. Marina foi levada à UTI na tarde do domingo. "Minha mãe ficou 24h sofrendo. Cada médico passava um diagnóstico diferente".
Outro lado – A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) irá se pronunciar hoje sobre o caso.