O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, pediu hoje a suspensão de comerciais de medicamentos à base de paracetamol. Ele orientou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para requerer aos laboratórios a suspensão voluntária das propagandas, porque há suspeitas de uso abusivo desses medicamentos analgésicos, muito utilizados em caso de possibilidade de dengue.
“Existem alguns medicamentos, analgésicos e antitérmicos, que são contra-indicados em caso de suspeita de dengue, que interfiram de alguma forma na coagulação sangüínea. Mas existem outros medicamentos, como o paracetamol, que são indicados em casos de suspeita de dengue. Se usados de maneira adequada, no entanto, em dose excessiva, em crianças ou adultos, podem levar a graves danos no fígado, inclusive com hepatite tóxica, medicamentosa. Como estamos vivendo uma situação de excepcionalidade no Rio de Janeiro, o momento não é de automedicação”, afirmou.
Segundo Temporão, é preciso evitar que as crianças recebam o medicamento em doses excessivas que podem, ao invés de resolver o problema, causar um outro problema tão grave quanto a dengue.
“Solicitei ao presidente da Anvisa, Dirceu Raposo, que entrasse em contato com os laboratórios, tanto produtores dos medicamentos proibidos em caso de dengue, quanto dos que produzem paracetamol, e que veiculam publicidade na tevê e nos rádios, para que eles suspendam este tipo de publicidade voluntariamente, nesse período, e utilizem o espaço para veicular mensagens de prevenção e alerta sobre a doença”, acrescentou o ministro, que discutiu o combate à dengue em reunião com autoridades de saúde, entidades públicas e comunitárias, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).
Temporão destacou que em caso de suspeita de dengue deve-se buscar orientação médica, em postos de saúde e hospitais: “É importante deixar isso claro, para que as pessoas tomem o remédio indicado pelo médico.”