Sem receber há 3 meses, médicos e enfermeiros que atuam no Pronto-Socorro de Várzea Grande vão "fazer barulho" em uma mobilização para cobrar do secretário municipal, Fábio Saad, e do governo do Estado, os salários atrasados e também materiais de trabalho, já que não há nem seringas para aplicar medicamentos. O protesto começa daqui a pouco e ir até às 15h em frente a unidade, que tem 837 servidores. É cobra também repasse tanto da Secretaria Municipal quanto do Estado de aproximadamente R$ 1,2 milhão.
O diretor clínico da Fundação de Saúde de Várzea Grande (Fusvag) administradora do Pronto-Socorro, médico Glenn Carlo Arruda, afirma que o repasse municipal de R$ 500 mil está atrasado há 1 ano e 4 meses e a verba estadual não é repassada há 3 meses. "Não tem mais como trabalhar, falta seringas, medicamentos, esparadrapo, água destilada, enfim falta tudo, chegamos a um ponto que não tem como continuar" afirma Arruda ao questionar que não sabe mais o que fazer já que o Pronto-Socorro não pode parar, por ser a única unidade de saúde em Várzea Grande responsável por todos os tipos de atendimento.
Nos últimos tempos, conforme Glenn, a Fusvag tem se endividado para comprar materiais e agora somam-se aos problemas, os profissionais sem receber. A única verba, segundo ele, que estava sendo repassada era do Ministério da Saúde repassada pelo Estado que agora também está atrasada. Estão sem receber, profissionais de todos os setores como médicos, técnicos, enfermeiros, farmacêuticos, nutricionistas, além de funcionários da parte administrativa. No entanto, apenas cerca de 200 deles devem participar da mobilização.
A acusação contra a Secretaria de Estadual de Saúde (SES/MT) é que não estaria fazendo os repasses com o intuito de "sucatear o atendimento"e assim transferir a gestão do PS de Várzea Grande ao Estado que por sua vez pretende repassar para as Organizações Sociais de Saúde (OSS). Glenn afirma que a direção da unidade é contra essa estadualização, pois o que falta segundo ele, é gerência do município e reforça que a decisão da Justiça Federal que suspendeu o contrato feito pelo Estado com a OSS Ipas (Instituto Pernambucano de Assistência à Saúde) e proibiu o repasse do outras unidades de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) às OSS.