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Mato Grosso registra 100 novos casos de dengue a cada 24 horas

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A Gazeta

Até o momento são 3.926 casos notificados no Estado e a doença já está na proporção de 117 vítimas para cada 100 mil pessoas. Dados do Boletim Epidemiológico da Secretaria de Saúde (SES) apontam que entre as cidades mato-grossenses a situação mais grave é a do município de Sinop, onde a incidência chega a ser de 439 a cada 100 mil/habitantes. A cidade está classificada como de alto risco para a doença e totaliza 15% das notificações em Mato Grosso.

O avanço da dengue em Sinop levou a Prefeitura Municipal a ampliar o horário de atendimento de pacientes nas unidades de saúde e realizar um trabalho em mutirão dos agentes de saúde. Já foram vistoriados mais de 25 mil imóveis. O município também vem realizando a limpeza de áreas públicas institucionais como valas, valetões e bueiros.

A prefeita Rosana Martinelli (PL) afirma que a administração tem adotado as medidas necessárias. Ela lembra que além os horários para atendimento de pacientes com suspeita de dengue foi estendido em alguns postos de saúde, onde houve ainda reforço de médicos, técnicos e enfermeiros. A UPA ganhou sala especial para atender a população com os sintomas da doença e os laboratórios também estão com o horário especial para fazer coleta e liberar resultados de exames.

A prefeita explica que, visando o controle da situação o apoio da população, é fundamental que a população informe sobre imóveis e locais com suspeita de foco de dengue. O proprietário da área pode ser multado de imediato, dependendo da situação de infestação. Em casos considerados menos graves, uma pré-notificaçao dará tempo para que o morador se regularize e não seja penalizado em uma próxima vistoria.

Proprietária de uma chácara de lazer na cidade, Luzia Eulália Fontes, afirma que faz toda semana um pente fino no terreno. Como é um espaço de lazer, as pessoas muitas vezes acabam deixando copos, latinhas, tampinhas, por isso ela se previne. Há um ano o marido teve dengue e a preocupação ficou maior. “Agora com esse monte de casos surgindo, estou sempre cobrando das pessoas que tomem os cuidados”.

Outra cidade que tem intensificado as ações de combate é Ribeirãozinho (627 km ao sul de Cuiabá). O município está em alerta devido ao aumento de casos nas últimas semanas. A Secretária de Saúde, Rafaela Ferreira Ribeiro, conta que uma série de ações foram definidas no sentido de conscientizar, cobrar e motivar a população a ajudar no combate ao Aedes aegypti. Foi feita a distribuição de tela antimosquito, um bate papo com a população e alunos da rede escolar pública. Foram distribuídos sacos de lixo e panfletos na feira e incontáveis anúncios volantes através de carro de som.

Outra medida em andamento são mensagens diárias enviadas em grupos do Whatsapp para divulgar textos, fotos e vídeos sobre ações de combate. O número de agentes nas ruas foi reforçado.

O gerente de Vigilância em Doenças e Agravos Endêmicos da SES, Alba Valéria Gomes Melo, explica que atualmente as maiores incidências estão nos municípios menores, especialmente os que se concentram nas regiões do médio Araguaia, médio-norte e sul. Isso acorre porque são cidades com menor número populacional e, por isso, o impacto de casos é maior. Em municípios mais populosos, os cuidados são devem ser intensificados porque é mais difícil fazer o trabalho de contenção da doença. “Nos preocupa muito quando uma cidade aparece 4 semanas consecutivas registrando o aumento de casos”.

Cuiabá e Várzea Grande, por exemplo, seguem com baixo risco para a doença, mas segundo ela a situação pode mudar com o início das chuvas, período em que os ovos nos criadouros vão eclodir e uma nova população de mosquitos será formada. O ciclo de vida do mosquito é de 30 dias. Apesar do bom exemplo das duas cidades é possível encontrar locais propícios à proliferação do Aedes aegypti. Na capital, os casos de dengue caíram 38%, saindo de 76 para 47 casos. Em Várzea Grande, a redução foi maior chegando a 75%, de 41 para 10 casos.

Terrenos baldios sujos, imóveis abandonados e tomados por mato e lixos, margens de córregos com entulhos e quintais sujos. Tudo isso é favorável e a preocupação é maior por conta da volta do vírus, DENV-2, um tipo de dengue que evolui rápido e pode levar a óbito. Esse vírus já circulou no Estado em 2011, quando houve o bloqueio epidemiológico que evitou uma epidemia.

Alba explica que parte da população não está imune a esse sorotipo e existe risco de reinfecção e do surgimento de casos mais graves, especialmente em crianças. O alerta, portanto, é para que a população não deixe de fazer a sua parte. “Todos precisam unir força. Se cada um cumprir com esse papel teremos uma queda significativa no avanço das doenças transmitidas pelo mosquito”.

Responsável técnica da SES pelos agravos dengue, zika e chikungunya, Cecília Cintra explica que uma série de alinhamentos tem sido feita com os municípios, entre eles Sinop. Em janeiro o município recebeu a equipe e foi lembrado sobre o cartão do paciente com dengue. Na reunião, a equipe da SES também lembrou que o paciente com dengue tem prioridade no atendimento. Ao chegar com o cartão que o identifica como vítima da dengue, não precisa ficar na fila de espera. A classificação da dengue foi alterada em 2016.

O último estágio da doença não é mais a hemorrágica e sim a dengue grave cujos sintomas são febre, dor no corpo e abdominal, vômito, pressão baixa, estado de choque e/ou confusão mental. Esse quadro pode evoluir rapidamente a óbito.

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