Mato Grosso registrou 19.100 notificações de dengue em 2007, com 14 confirmações de febre hemorrágica, conhecida popularmente como ‘dengue hemorrágica’. Desses, sete casos evoluíram para cura e sete resultaram em óbito. Os dados são da Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa).
A superintendente Maria Conceição Encarnação Villa disse que “as chuvas intermitentes, que continuam a cair sobre Mato Grosso, propiciaram condições que favoreceram a proliferação do vetor nos municípios do Estado o que resultou num aumento das notificações da doença. A Secretaria de Estado de Saúde continua atenta à proliferação do vetor, monitorando semanalmente a progressão dos casos, e desencadeando ações de combate à dengue, em parceria com as Secretarias Municipais de Saúde”.
Segundo Conceição Vila, o Plano Estadual de Contingência da Dengue 2007/2008 também está pronto e sendo operacionalizado na organização de referências para o tratamento das complicações da dengue. Por outro lado, a SES continua investindo em capacitação de profissionais da Saúde envolvidos no controle da dengue, tanto na capital quanto nos municípios, proporcionando a reciclagem de conhecimentos para otimizar o controle da doença e eficácia no atendimento dos casos mais graves.
Depois da picada do mosquito Aedes aegypti os sintomas da dengue se manifestam a partir do 3 º dia. O tempo médio do ciclo é de 5 a 6 dias, e o intervalo entre a picada e a manifestação da doença chama-se período de incubação. É só depois desse período que os sintomas aparecem, sendo os da dengue clássica caracterizados por febre alta com início súbito, forte dor de cabeça, dor atrás dos olhos, que piora com o movimento dos mesmos, perda do paladar e apetite, manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, principalmente no tórax e membros superiores, náuseas e vômitos, tonturas, extremo cansaço, moleza e dor no corpo e muitas dores nos ossos e articulações.
No caso da hemorrágica os sintomas são os mesmos. A diferença ocorre quando acaba a febre e começam a surgir os sinais de alerta constituídos por dores abdominais fortes e contínuas, vômitos persistentes, pele pálida, fria e úmida, sangramento pelo nariz, boca e gengivas, manchas vermelhas na pele, sonolência, agitação e confusão mental, sede excessiva e boca seca, pulso rápido e fraco, dificuldade respiratória e perda de consciência.
Na dengue hemorrágica, o quadro clínico se agrava rapidamente, apresentando sinais de insuficiência circulatória e choque, podendo levar a pessoa à morte em até 24 horas. De acordo com estatísticas do Ministério da Saúde, cerca de 5% das pessoas com dengue hemorrágica vão a óbito. O objetivo do Ministério é que esse número seja reduzido a menos de 1%.
Atitudes simples podem acabar com os focos de dengue na sua casa: encher de areia, até a borda, os pratinhos dos vasos de planta. Lavar semanalmente, por fora e por dentro, com escova e sabão, tanques utilizados para armazenar água. Jogar em sacos de lixo que serão fechados todo objeto que possa acumular água, como embalagens usadas, potes, latas, copos, garrafas vazias e etc.
Entregar pneus velhos ao serviço de limpeza urbana ou guardá-los sem água em local coberto e abrigado da chuva. Guardar garrafas sempre de cabeça para baixo. “As ações preconizadas demonstram que o esforço para prevenir e controlar a dengue conta com a participação ativa da população e envolve o desencadeamento de ações na ponta, junto aos municípios. Para obtermos resultados positivos em nossas ações é preciso a participação de todos, pois a dengue é responsabilidade de todos nós”, finalizou Conceição Vila.