Os pacientes atendidos pelo Hospital Regional de Sorriso poderão contar com mais um benefício oferecido pela instituição. A diretoria do hospital estuda a possibilidade da implantação de uma Unidade de Coleta de Leite Materno. O projeto foi apresentado durante a reunião do Plano de Trabalho Anual (PTA) 2005, que aconteceu em 2004 e não foi aprovado, agora será apresentado na reunião do PTA 2006, que acontece até final de dezembro.
“Inicialmente, havíamos apresentado o projeto para a implantação de um Banco de Leite, mas este foi negado. Então entramos com o pedido para uma Unidade de Coleta, que será analisado este ano. Se aprovado sua construção será viabilizada no ano que vem”, disse, ao Só Notícias, a diretora do hospital, Otélia Regina Hahn.
Segundo ela, o projeto foi negado por causa da questão orçamentária, pois será necessária a construção de parte física, instalação de equipamentos específicos e contratação de recursos humanos. “Isso tudo custa muito caro. Tanto que ainda não temos a estimativa para a construção dessa unidade”, acrescentou.
Se aprovada, a unidade atenderá à pacientes de toda a região Norte de Mato Grosso, evitando que muitas crianças sejam encaminhadas para Cuiabá, para receberam o leite. “Atenderemos todos os bebês que, por qualquer motivo, não podem ser amamentados pela mãe. Isso, além de diminuir o fluxo de pacientes do Norte para a capital, diminuiria o transtorno de deslocamento dos bebês recém-nascidos, que acabam sofrendo nas viagens”, salientou.
Otélia acrescenta, ainda, que com a unidade, o leite será coletado em Sorriso e encaminhado para Cuiabá para realização de exames e liberação das bolsas aptas a serem utilizadas. Só após esse processo os bebês receberiam o leite.
Ainda não existe uma previsão de quantos pacientes seriam atendidos pela unidade. “Como em todos os anos tem que ser feito um trabalho rigoroso de incentivo a doação de leite materno, teríamos, antes, que fazer um estudo para saber quantas pessoas atenderíamos, mas com certeza, a unidade servirá para todo o Norte”, completa.
Na primeira quinzena de outubro, a Secretaria Estadual de Saúde, por meio das Secretarias Municipais de Saúde, estará realizando uma campanha de incentivo a doação de leite materno bem como à amamentação. O leite doado pode ser guardado na geladeira por até 24 horas e no freezer por 15 dias. Após a coleta, feita em casa, a doadora deve entrar em contato com o Corpo de Bombeiros, que busca os fracos e distribui entre os bancos de leite. Antes de ser dado para a criança, o leite é processado e pasteurizado, o que elimina 100% das impurezas.
De acordo com o Ministério da Saúde, durante os seis primeiros meses de vida, o bebê só precisa de leite materno. Depois sua alimentação deve ser complementada com outros alimentos. O leite materno é rico em imunoglobulina (anticorpos) o que previne doenças intestinais, respiratórias, entre outras. Proporciona a nutrição equilibrada e ideal para o crescimento, sendo fundamental no combate à desnutrição e para a redução dos índices de morbimortalidade infantil. Também é rico em líquido, proteínas, gorduras e açúcares ideais para os recém-nascidos.
Durante o período de amamentação, as mães devem aumentar a ingestão de líquidos. Além disso, o aleitamento materno também proporciona um binômio que é a interação afetiva entre a mãe e o bebê. A amamentação ajuda a proteger também a saúde da mulher ao reduzir os riscos de câncer do ovário e das mamas, anemia por deficiência de ferro e fraturas de quadril ajudando o útero recuperar seu tamanho normal e reduz o risco de hemorragia.