O secretário de Estado de Saúde, Augustinho Moro, determinou a implantação do plano de contingência na região Noroeste do Estado, no controle da malária, e ainda a continuidade da força-tarefa no município de Colniza. A justificativa das ações, segundo ele, é decorrente da situação epidemiológica da malária na região. Somente no primeiro trimestre, Mato Grosso apresenta um total de 1.583 casos positivos de malária,o que representa um aumento de 17% em comparação com o mesmo período do ano de 2006. Desses, 78% estão localizados na região Noroeste do Estado. Especificamente no município de Colniza os números chegam, no ano de 2007, a 649 casos positivos nesse primeiro trimestre.
“O plano de contingência possui dois objetivos específicos. Um, o fortalecimento das ações de controle da malária e também de outras doenças que afetam a saúde da população. O outro, a ampliação dos recursos necessários para o desenvolvimento das ações. O Estado e o Ministério da Saúde vão disponibilizar, nesta primeira fase do plano, que é o controle epidemiológico, R$ 120 mil, divididos em parcelas, o que faz parte do Programa de Controle da Malária”, disse Moro.
A Superintendência de Vigilância em Saúde ficará responsável em coordenar e executar as ações que contarão também com a parceria dos municípios e segmentos organizados da sociedade. O secretário lembra ainda que no decorrer do ano de 2005 as Vigilâncias Epidemiológica e Ambiental da Ses desenvolveram várias ações no sentido de orientar e auxiliar os profissionais de saúde envolvidos no agravo da malária. Foram realizadas capacitações em diagnóstico clínico e tratamento, manipulação e borrifação de insumos, georreferenciamento e inquérito entomológico (mapeamento dos criadouros e identificação de espécies para o controle seletivo) e ainda a implantação do projeto Força-Tarefa na região noroeste, iniciando pelos municípios de Colniza e Juruena e, no decorrer do ano de 2006, nos municípios de Aripuanã e Juina, estendendo aos municípios do entorno.
“Agora há a necessidade”, segundo o secretário, “de reforçar as ações no controle do agravo, uma vez que o indicador desses dois anos anteriores está nos possibilitando o direcionamento das ações bem como a realização de treinamentos em serviço das equipes locais, já em andamento”.
De acordo com dados estatísticos da Superintendência de Vigilância em Saúde, num dado comparativo no primeiro trimestre de 2006, Mato Grosso teve 1.316 casos positivados. Em 2007, 1583 casos, constando uma elevação de 17%.
No ranking estadual, Colniza vem em primeiro lugar, com 649 casos positivados. Em segundo lugar vem o município de Aripuanã (204), terceiro Juína (108), quarto Rondolândia (107), quinto Brasnorte (78), sexto Nova Ubiratã (58) e sétimo Apiacás (38).
De acordo com a coordenadora do programa Estadual da Malária, Siriana Maria da Silva, “a força tarefa tem a missão imediata do controle do vetor e na detecção de novos casos, diagnóstico, tratamento e prevenção. Já o plano de contingência vem reforçar todas essas ações e promover todas as ações recomendadas pelo plano de controle da doença em cumprimento das metas estabelecidas no mesmo e ainda estender ações no controle de outras endemias”.
Numa série histórica da malária, desde a década de 80 e início dos anos 90, Mato Grosso foi o responsável pelo maior número de casos de malária no país, chegando a 280 mil casos por ano. A partir de 1992 o número de casos decresceu progressivamente para uma média de 6.000 casos, por ano. Já a partir de 2005 e 2006, com o projeto força –tarefa e demais ações desenvolvidas na área da saúde, a malária vem decaindo, colocando hoje Mato Grosso como o oitavo do ranking nacional, fechando o ano de 2006 com 6.816 casos positivos.
Neste mesmo ano, Amazonas ficou em primeiro lugar, com 178.065 casos. O segundo, Rondônia (99.638), terceiro, Pará (98.661), quarto, Acre (93.462), quinto, Amapá (28.716), sexto, Roraima (19.684), sétimo, Maranhão (9.374) e o oitavo, Mato Grosso (6.490).