quarta-feira, 11/dezembro/2024
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Começa em Mato Grosso workshop nacional sobre pesquisas aplicadas em hantavirus

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Começou ontem o 2º Workshop Nacional Sobre Pesquisas Aplicadas em Hantavirus, uma doença letal transmitida pelas fezes e a saliva de ratos silvestres. O evento reúne médicos e pesquisadores envolvidos, tendo o Governo do Estado se empenhado para trazer o evento para Cuiabá como forma de aumentar a conscientização da população sobre a doença, além de interagir os profissionais do Estado com especialistas de toda a América Latina. Um dos resultados práticos do evento deve ser a criação de um Protocolo Clínico de Atendimento padrão para pacientes com suspeita de Hantavirose.

O governador Blairo Maggi participou da abertura oficial do evento e reforçou o apoio do Estado no combate e prevenção à doença. “Temos que tomar muito cuidado, a pesquisa tem que avançar para não termos problemas sérios no futuro. A hantavirose possui um diagnóstico difícil, onde índices de óbitos preocupam”. O governador lembrou que Mato Grosso está se prevenindo para evitar maiores complicações, uma vez que, explica Maggi, a atividade da agricultura gera muitos resíduos em seu processo de colheita, formando meios apropriados para a reprodução dos roedores que transmitem a doença.

O problema está no período entre-safra, quando este alimento fica escasso e os roedores procuram as sedes da fazenda e armazéns em busca de comida. “Quem trabalha no campo sempre acha que está respirando um ar puro, livre de poluições. É esse sentimento que diminui o cuidado com a doença. Estamos realizando campanhas de orientação e esclarecimento para as pessoas que vivem nas regiões onde existem casos da doença”, apresentou o chefe do executivo estadual. “Se não pudermos erradicar a doença, precisamos pelo menos saber conviver com ela. O homem do campo tem que saber dos riscos que corre, e principalmente, os cuidados que deve ter. Esta discussão é para salvar vidas”.

Mato Grosso notificou 21 casos de hantavirose em 2007, onde 13 casos evoluíram para a cura e oito casos foram a óbito, uma redução de 50% quando comparado com o ano de 2006. No Brasil foram notificados128 casos confirmados, com 47 evoluindo para óbito, deixando o índice de letalidade em 36,7% no país, uma redução de 33% em relação com o ano anterior.

Para continuar com esta redução, o secretário de Saúde, Agostinho Moro, afirmou que o Estado tem como fator principal a capacitação dos agentes de saúde e médicos, para que a doença seja identificada com maior velocidade, acelerando o número de pessoas salvas da doença. “Há dois anos estão sendo realizadas pesquisas na cidade de Campo Novo dos Parecis, sendo uma região com ocorrência da doença. Queremos comprrender melhor esta doença e como afastá-la da população”.

O representante da Organização Pan-americana de Saúde, Mauro Elkhoury, citou que o melhor caminho para se precaver a doença é a higiene e o cuidado com a exposição de alimentos. Ao entrar em lugares fechados, é necessário muito cuidado para fazer a limpeza. Ao encontrar cheiro de urina, ou mesmo cadáveres dos roedores, o cuidado deve ser redobrado, já que o vírus pode estar aglutinado em partículas de poeira, e se caso respiradas, podem causar a contaminação.

Sobre o evento, Elkhoury apontou que “o 2º Workshop é de interesse não só de Mato Grosso e do Brasil mas de todos os países das Américas, onde o agravo ocorre. Nosso interesse é difundir conhecimentos sobre a doença, conseguir uma padronização de ações de enfrentamento à doença e conseguir uma frente única de combate à Hantavirose. Nesse sentido a Oficina de Tratamento e Manejo de Pacientes com Hantavirose vem reunir médicos virologistas de vários Estados como o Maranhão, São Paulo, Brasília e de Mato Grosso (Campo Novo do Parecis, Sapezal e Tangará da Serra), que sedia o encontro para troca de experiências e atualização de conhecimentos”.

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