A Central Estadual de Transplantes da Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso registrou crescimento no número de transplantes de Córneas realizados no Estado. Até 15 de Abril de 2009 foi registrado, na CET, um total de 78 transplantes de Córneas, quase metade do que foi feito durante todo o ano de 2008 (162 transplantes). Foram realizados, no mesmo período, dois transplantes de Rins.
A Secretaria de Estado de Saúde realiza transplantes de Córneas, Rins, enxerto ósseo e Medula óssea em Mato Grosso. O Estado não é referência no transplante de Coração. Os pacientes que precisam de um transplante desse tipo são encaminhados, por meio de Tratamento Fora de Domicílio (TFD), para o Instituto do Coração (INCOR), em São Paulo, onde entram na fila de espera para transplantes do Estado. Durante o ano de 2008, por exemplo, foram encaminhados ao INCOR 08 pacientes de Mato Grosso.
Roseli Seror Cuiabano, membro do grupo de Educação Permanente em Transplantes da CET, explicou que “o aumento de transplantes se deve a medidas como o funcionamento do Banco de Olhos do Estado, localizado no Hospital de Olhos e que permite agilizar a realização do procedimento, da instalação do Laboratório de Histocompatibilidades, no HGU, que agiliza os exames para os transplantes, das Comissões Intra-hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTTs) e da Campanha Permanente de Doação de Órgãos por parte da Central Estadual de Transplantes em nosso Estado”.
No caso dos transplantes de Córneas, o aumento veio contribuir de forma significativa no número dos que aguardam um transplante no Estado. Em 2006 essa lista de espera estava com 418 pacientes à espera de um transplante. Em 2007 o número caiu para 241 pacientes na fila. Em 2008 o número subiu para 255 em vista da inclusão de novos pacientes necessitados do transplante na lista. Até 15 de Abril de 2009 o número estava em 237.
Já para os transplantes de Rim os números representam uma tendência inversa à dos transplantes de Córneas. Em 2006 haviam 550 pessoas a espera de um transplante de Rim. Em 2007 esse número tinha aumentado para 607 pessoas, subindo para 730 em 2008, ficando em 729 até o dia 15 de Abril de 2009.
Segundo Roseli Cuiabano esses números indicam a necessidade de mais doações múltiplas de órgãos. “A sociedade carece de melhores e maiores informações sobre doações. Para melhorar essa situação, desde 2007, a Central Estadual de Transplantes instituiu uma Campanha Permanente de Doação de órgãos, na qual são enfatizadas informações sobre a conscientização das famílias na permissão da doação, ao invés de centralizar a ação apenas na campanha da Semana Nacional do Doador de Órgãos”, explicou a técnica, ressaltando que a estratégia tem dado resultados.
“Constatamos um aumento de instituições e pessoas interessadas em obter mais informações sobre os transplantes e o número de convites para palestras em escolas, empresas e outros setores vem aumentando cada vez mais”, afirmou.
NÚMEROS – Em 2006 a Saúde do Estado realizou, através de sua Central de Transplantes, 45 transplantes de Córneas. Em 2007 esse número saltou para 151 transplantes, chegando a 162 em 2008. Já em apenas 04 meses de 2009 (Janeiro, Fevereiro, Março e Abril) foram realizados 78 transplantes de Córneas.
Neste último final de semana o Estado de Mato Grosso, graças à sensibilidade das famílias no atendimento ao chamado do Estado da necessidade de salvar vidas com a doação de órgãos, por meio da campanha permanente, e do trabalho das CIHDOTTs resultou numa doação de uma pessoa com morte encefálica. Foram doados Córneas, Rins e Fígado.
As Córneas foram usadas em transplantes aqui mesmo no Estado de Mato Grosso. O Fígado foi para o Estado de São Paulo. Os Rins foram enviados para o Estado de São Paulo, pela compatibilidade do receptor, obedecendo à fila.
Roseli Cuiabano explicou que “o Estado recebe doações de órgãos em que o Estado está apto a realizar transplantes e, também, capta demais órgãos e os envia para os Estados que são referencia naquele tipo de transplantes, contribuindo assim para salvar vidas de pacientes que estão na lista de espera do Brasil”.