O médico e empresário Luiz Vagner Silveira Golembiouski revelou, em delação premiada, o pagamento de mais de R$ 870 mil de “retorno financeiro” ao advogado Hugo Castilho, sócio do Instituto IGGP, que estava fazendo gestão da UPA e de mais unidades de saúde em Sinop por conta de um contrato superfaturado de prestação de serviços médicos na cidade. A informação consta na decisão do juiz João Bosco Soares da Silva, do Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo), que autorizou a operação feita nesta quinta-feira, com as prisões de dois sócios do instituto, em Cuiabá. Luiz diz que o primeiro pagamento feito pela IGPP para sua empresa Med Clin foi em novembro do ano passado de R$ 1,3 milhão e após os pagamentos dos médicos e impostos (R$ 1,015 milhão), sobraram entre R$ 335 mil e R$ 340 mil. Foi quando Hugo Castilho lhe procurou e teria exigido a “devolução” de R$ 200 mil. No dia posterior à cobrança, no entanto, Luiz Vagner contou que a cobrança do “retorno” havia aumentado para R$ 277 mil. Caso não houvesse o pagamento, a MedClin perderia imediatamente o contrato com o IGPP em Sinop. Luiz Vieira disse que por medo de perder o contrato aceitou fazer as devoluções, por meio de PiX e TED, em valores menores que R$ 50 mil. Em novembro, o montante devolvido para contas indicadas por Hugo foi de R$ 293 mi, em dezembro ficou em R$ 292,2 mil e janeiro R$ 291,8 mil. O delator afirmou que rompeu com Hugo após o grupo tentar se instalar em Cuiabá. Hugo e o sócio também tiveram bens bloqueados pela justiça.