O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), André Nassar, e o senador Jayme Campos bateram boca, hoje, no Senado, na audiência pública da moratória da soja imposta por multinacionais para cerca de 200 fazendas em Mato Grosso sob alegação que fizeram desmates em desacordo com a lei. Nassar mostrou dados do avanço do cultivo de soja na Amazônia mesmo sob vigência da moratória. “Em 2000 eram 23 mil hectares. Já na safra 2023/2024, são quase 8 milhões de hectares. Isso na vigência da moratória. A gente não impediu isso aqui. A moratória viabilizou isso, criou mercado para essa soja. É isso que a gente quer fazer”. “A resolução não é acabar com a moratória, mas também não é manter do jeito que está. Temos que olhar para frente”, disse. Jayme subiu o tom. “Qual é o caminho que vocês sugerem? Até agora só penalizaram nós em Mato Grosso e no Brasil. Desculpe a sinceridade, mas até agora eu não vi nada”. Nassar respondeu que apresentou sugestões, como ajustes na própria moratória. “O mercado internacional não quer comprar soja de áreas desmatadas no bioma Amazônia”, explicou. “De que época?”, questionou Jayme. “Da época de sempre”, respondeu Nassar. “Como vai plantar se não tem área desmatada? Me dá uma luz”, insistiu o senador.