O presidente estadual do PDT, deputado Zeca Viana, afirmou “não compactuar” com o movimento denominado de ‘Fica Taques’, capitaneado pelo vice-líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Leonardo Albuquerque (PDT). “Acho que o movimento é democrático e como presidente respeito as ações. Mas não faço parte desse movimento, não compactuo, sou peça fora”, disparou o parlamentar deixando mais uma vez exposta a ruptura entre ele e o governador Pedro Taques, do mesmo partido. O autor do movimento lamentou a posição de Viana, preferindo destacar sua crença de que em encontro a ser realizado em Cuiabá, com a presença do presidente nacional, Carlos Lupi, possam ser aparadas as arestas.
Zeca reconheceu a manifestação, liderada por Leonardo, como legítima e tratou de minimizar confrontos internos. “O deputado Leonardo me falou do encontro com Lupi para construir esse movimento. Eu como presidente do PDT apoio as manifestações, são democráticas. Mas eu mantenho minha postura em relação ao governador”, disse em menção ao processo de eleição da Mesa Diretora do Poder Legislativo. No período, Zeca rechaçou a posição do governador de interferir politicamente na escolha da chapa vencedora. “Ele (Taques) havia prometido respeitar a independência dos Poderes”, voltou a frisar. Sob a Casa Civil, de Paulo Taques, foram realizadas reuniões no Palácio Paiaguás para discutir o pleito do Legislativo.
Apesar da declaração, Viana concordou com pedido de Lupi de buscar o resgate da sintonia no partido, em convenção nacional da agremiação, em março deste ano. Na data desse evento, Taques estava em Brasília, não participou da convenção, preferindo se reunir com integrantes da cúpula do PSDB. São os tucanos, como o senador Aécio Neves e o presidente regional, deputado Nilson Leitão, entusiastas da filiação de Taques ao PSDB. O PSB do prefeito Mauro Mendes também tenta atrair o governador, com planos que passam pela disputa à presidência nas eleições de 2018.
Ciente do risco, Viana ressalta que “o PDT não quer a saída do governador do partido. Que legenda não quer ter um governador? E para sair tem que observar regras”, cutuca fazendo referência as rígidas normas da fidelidade partidária.
Leonardo Albuquerque disse que espera a compreensão de Viana sobre o movimento, “apostando que virá a fazer parte dessa ideia”. Ele aguarda definição de agenda entre Lupi e o governador para realizar o esperado encontro de líderes, incluindo o presidente estadual no encontro. O movimento está, sob a organização de Leonardo, impulsionando ações no interior do Estado. “Estamos conversando com presidentes municipais, prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Em alguns municípios começam ações pontuais, como nas Câmaras Legislativas. E tudo isso ajuda a reoxigenar o partido, que precisa estar alinhado e que tem grandes chances de crescer muito. Isso porque temos os líderes e o governador Pedro Taques”, assinalou o vice-líder.
Uma das preocupações dos pedetistas é de que Taques venha a encontrar “brecha” nas regras da fidelidade partidária. “O partido deve pensar unido, porque existem sim possibilidades para que um detentor de mandato venha a deixar os quadros do partido sem sofrer as sanções da infidelidade partidária”, ponderou.
O movimento Fica Taques está em pleno alinhamento com o Palácio Paiaguás. Governador acompanha o desempenho dos trabalhos, demonstrando harmonia para com as manifestações do vice-líder. Além do PSDB e PSB, outros partidos como o PTB e o PV também cortejam o chefe do Executivo estadual.