Sobrevivente. É assim que o prefeito Wilson Santos (PSDB) se classifica ao afirmar que é o primeiro prefeito de Cuiabá que governa não tendo ao lado o governo do Estado, que é do PR e a Presidência da República, que está com o PT de Lula. “Ninguém sabe o quanto tenho sofrido no Palácio Alencastro por ser oposição. Venci duas eleições na marra, na garra, na vontade do povo, contra tudo e contra todos”, dispara.
Ao garantir que não tem culpa alguma sobre as denúncias da Controladoria Geral da União de que o PAC Cuiabá vem sofrendo com má gestão e superfaturamento, Wilson Santos acusou seus opositores de estarem tentando orquestrar a sua derrocada política. Afirmou que o tiro foi em alvo errado e que vai provar a todos que é o único honesto em toda esta questão. O prefeito só não quis confirmar se deixa a prefeitura no final do ano para iniciar a campanha ao governo do Estado. Como vem afirmando nos últimos meses vai deixar a questão para “Deus e o povo cuiabano”.
“Eu sou um sobrevivente. Ninguém sabe o que é ser um prefeito que não tem o governador e o presidente do mesmo partido. Só eu sei o que tenho passado na prefeitura. Um exemplo é esta questão do PAC, é perseguição porque acham que sou candidato ao governo do Estado. Eu não decidi nada e no momento minha prioridade é Cuiabá”, disparou.
Indagado se será candidato, mais uma vez saiu pela tangente ao avaliar que o projeto ao governo do Estado não é dele. “Quem vai decidir é o povo. Estou feliz na prefeitura”, diz, como quem acredita piamente que o povo irá até o Palácio Alencastro, tirá-lo de seu gabinete no sétimo andar e convencê-lo a disputar o governo do Estado.
Reforçando que nunca afirmou ser candidato, o prefeito lembrou que tem adversário que já chegou a colocar seu nome na rua, fez campanha em calçadão, feira livre e até no shopping popular. “Tem candidato que foi pedir voto e viu que não tem o apoio popular. “Nunca sei o dia de amanhã, sou apaixonado por Cuiabá, estou feliz na prefeitura. Mas tem gente que arma o dia inteiro para me pegar. Não conseguem e não vão conseguir. Tentaram na campanha para a prefeitura, não conseguiram. A disputa para o governo do Estado está longe”, rebateu enigmático, com um sorriso de mostrava o desejo de ir para mais uma disputa eleitoral.
Discursos políticos à parte, a verdade é que Wilson Santos nutre uma vontade enorme de ser governador e tentar nos bastidores construir uma base para sua candidatura, dependendo além do seu próprio partido e da possibilidade de uma forte candidatura a presidência da República, de José Serra ou Aécio Neves, do apoio de outras agremiações como o Democrata que caminha para ser aliado do PSDB em nível nacional e do PP que consagraria em muito sua possibilidade de vitória perante o candidato do PR ou do PMDB.