Os indícios de que uma empresa do ramo de lubrificantes, instalada em Mato Grosso do Sul, teria ganhado a licitação da Prefeitura de Sorriso e estaria vendendo produtos de segunda linha, sem procedência comprovada, levaram o vice-presidente da Câmara de Sorriso, vereador Santinho Salerno (PSDB), a cobrar do Executivo providências. Um requerimento apresentado na sessão desta segunda-feira solicita dados referentes à Tomada de Preços n° 008/2006, tais como: o nome da empresa vencedora por item, valores dos produtos e marca/fabricante dos produtos.
De acordo com Santinho, existem várias empresas do segmento instaladas em Sorriso que comercializam produtos de primeira linha. “Nós sabemos que nas licitações não pode constar a marca do fabricante, mas deveria, no mínimo, exigir que os produtos fossem de companhias”, cobra.
Segundo ele, o uso de óleos e lubrificantes de baixa qualidade, que não atendam as especificações técnicas, poderá danificar os maquinários de última geração, recém adquiridos pela Prefeitura Municipal. “Nós não queremos culpar os funcionários pela falta de conhecimento, mas sim, os seus superiores”, completa.Santinho sugere o envio de carta convite às empresas sorrisenses. “Os empresários que investem no município estão passando por dificuldades e o Poder Público deveria valorizá-los mais. Afinal, são eles que pagam seus impostos aqui, como o alvará e o IPTU”, frisa.
Recursos do FMDCA – O vereador sorrisense também está indignado com o descaso de alguns setores da administração pública para com os requerimentos encaminhados pelos vereadores. Conforme o parlamentar, prova disso é a resposta enviada pelo secretário de Planejamento e Finanças, Marcos Folador, ao requerimento que solicita a prestação de contas das receitas e despesas dos recursos do Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (FMDCA), exercício de 2005.
“O secretário simplesmente nos mandou um extrato bancário. Isso é um absurdo, já que nós pedimos documentos como notas fiscais e empenho”, acrescenta. “Ou esse secretário é incompetente ou tem alguma coisa errada?”, questiona. Diante de possíveis irregularidades, o vice-presidente, que ameaça levar o fato ao conhecimento da Promotoria caso os documentos não sejam apresentados, ressalta o compromisso assumido pelos vereadores de cobrar transparência no gerenciamento do dinheiro público. “Nosso papel é fiscalizar e para isso temos que ser imparciais”, finaliza.