Foi na Tribuna da Câmara Municipal durante a sessão ordinária desta semana que o vereador Edson Apolinário (PP), desabafou em relação ao caso e afirmou que entrará com queixa-crime junto ao Ministério Público contra o Pronto Socorro Municipal de Cuiabá – PSMC. Apolinário denunciou e foi ouvido há anos pela Ouvidoria do Sistema Único de Saúde – SUS, sobre a existência de uma máfia atuante dentro da instituição, mas que nada ocorreu até hoje em relação aos fatos revelados. O edil confirma que muitos pacientes acabam tendo que pagar para receberem atendimento médico naquela unidade pública e a morte do altaflorestense Delamare Malta da Silva, de 33 anos, confirma os indícios. “A Central de Regulação em Cuiabá trata a população de Alta Floresta como se ela não existisse”, diz Edson Apolinário.
Delamare Malta era técnico em informática e foi vítima de um acidente dia 18 de abril, ao bater com sua motocicleta contra uma vaca. Ele ficou 13 dias no Hospital Municipal “Albert Sabin”, de Alta Floresta, até conseguir vaga no Pronto Socorro Municipal de Cuiabá, onde permaneceu até morrer, no dia 18 de maio. Antes, porém, denunciou as chantagens e a cobrança de propina contra a equipe médica que queria dinheiro para realizar a cirurgia. “Ele (um maqueiro) me disse que eu já estava chocando demais ali e que ali era assim mesmo e que eu poderia ser operado naquele mesmo dia, à tarde, se pagasse R$ 8.000,00”, contou Delamare à véspera de sua morte a um jornal da capital. A mesma proposta teria sido feita quatro vezes ao seu patrão.
“Delamare foi a óbito por negligência”, acusa o vereador. “Existe sim uma máfia dentro do serviço público e qualquer um que disser que isso não existe na saúde está mentindo. Os pacientes do interior são obrigados a comprar vagas para internação em Cuiabá”, completa Edson Apolinário que liga o surgimento dos esquemas à falta de eficiência do serviço na capital. “Esta máfia está estruturada, tanto que você não consegue vaga pelos caminhos de praxe junto ao SUS, mas consegue com R$ 300,00, R$ 400,00 ou R$ 500,00 por fora”, conta Apolinário.
Com a denúncia feita, o vereador se coloca à disposição do Ministério Público para ser interrogado e confirma que a situação precisa ser investigada. “Não podemos aceitar que o Governo do Estado fale tão bem da saúde enquanto nossos pacientes morrem a mingua. O MP tem a obrigação de investigar”, conclui.