O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), comunicou nesta terça-feira (8) que o empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin veio a Brasília para entregar ao relator da comissão, senador Amir Lando (PMDB-RO), provas documentais relativas ao recebimento de benefícios financeiros por parte de cinco parlamentares.
Biscaia disse que os documentos comprovam informações prestadas anteriormente por Vedoin, em depoimentos à Justiça de Cuiabá e à própria comissão. Luiz Antônio Vedoin é um dos donos da Planam – empresa acusada de comandar o esquema de irregularidades para compra superfaturada de ambulâncias com recursos do Orçamento da União.
– São provas documentais que confirmam a prova oral e comprovam o que já vem sendo investigado – disse Biscaia.
O vice-presidente da CPI, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), explicou que as provas trazidas pelo empresário são cópias de cheques e de depósitos bancários – em nome dos próprios parlamentares e de seus assessores ou familiares – e notas fiscais que comprovam a participação desses parlamentares no esquema de aquisição irregular de ambulâncias com recursos orçamentários. Segundo Jungmann, Vedoin informou também que uma caixa com documentos importantes foi extraviada quando da apreensão pela Polícia Federal, talvez durante o transporte.
– Esperamos que se consigam mais [provas documentais] para que não escape um único deles sem punição – disse Jungmann.
O vice-presidente da comissão contou também que Vedoin começou a explicar, no encontro reservado que manteve com os dirigentes da CPI Mista, na biblioteca do Senado, nesta terça-feira (8), como as empresas fraudavam as licitações que permitiram a compra de mais de mil ambulâncias. Vedoin informou, disse Jungmann, que as licitações feitas pelo Ministério da Saúde, além de superfaturadas, já estavam direcionadas, pois se exigia que essas ambulâncias tivessem determinadas características que, segundo ele, favoreciam a empresa Rontan.
O deputado Biscaia informou ainda que o sub-relator de Sistematização, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), fez um confronto entre o depoimento prestado por Vedoin em Cuiabá com o de quinta-feira (3), na Superintendência Regional da Polícia Federal, em Brasília. Segundo Biscaia, o sub-relator verificou 13 pontos com pequenas divergências entre os depoimentos.
Vedoin foi advertido, ressaltou Biscaia, que, caso a CPI comunique oficialmente à Justiça essas contradições, ele poderá perder o direito ao benefício da delação premiada, instrumento pelo qual o réu tem diminuição da pena por colaborar com a Justiça.
– Ele não pode, depois de uma inquirição muito coerente e verossímil, em Cuiabá, agora, no bom português, livrar a cara de alguns – disse Biscaia.
O presidente da CPI informou ainda que Vedoin ficará à disposição da comissão durante toda esta terça-feira e voltará a depor a partir das 17 h.
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Vedoin entrega na CPI Sanguessuga provas contra 5 parlamentares
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