Um ano depois da operação Asafe, que investiga juízes e desembargadores por suposta venda de sentenças, o empresário Antônio Ribeiro Torres (PSB) recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a anulação da eleição de 2008 para prefeito de Barão de Melgaço (a 113 km de Cuiabá). Ele alega que o pleito foi influenciado pelo então presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Evandro Stábile, envolvido no escândalo que ficou conhecido em 18 de maio do ano passado.
Candidato derrotado na eleição de Barão de Melgaço, Antônio Ribeiro recorreu por meio de um recurso extraordinário que já teve o mesmo pedido negado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O recurso foi apresentado ao STF, a mais alta corte do país, no último dia 6 e tem como relator o ministro Luiz Fux. Antônio Ribeiro sustenta que a suspeita de venda de sentenças coloca em xeque o resultado do pleito. Stábile era presidente do TRE e foi o responsável por garantir a permanência do prefeito Marcelo Ribeiro (PP) mesmo sob acusação de compra de votos.
O TRE rejeitou o pedido em dezembro com argumento de que o recurso apresentado na ocasião (questão de ordem processual) não é o meio adequado para anular decisões que garantiram a permanência de Marcelo, ex-vereador por Cuiabá e marido da ex-deputada Chica Nunes (DEM).
O advogado Ricardo Almeida, um dos responsáveis pela defesa do prefeito, preferiu não comentar o assunto ontem. Ele disse que ainda não foi citado sobre o recurso. Ressaltou, no entanto, que os ministros do TSE já confirmaram entendimento do Tribunal Regional.
O recurso de Antônio Ribeiro é a única tentativa de um candidato em anular eleição por causa da operação Asafe, deflagrada em 18 de maio de 2010, quando 7 pessoas foram presas e liberadas posteriormente.