O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), está recebendo das bancadas do partido na Câmara e no Senado apelos para que o nome do candidato tucano à sucessão presidencial seja anunciado, no máximo, até 15 de março. Mas Tasso deseja concluir as consultas internas até 10 de março.
Nesta semana, alguns senadores levaram ao presidente do partido a preocupação com a demora do PSDB em escolher entre o prefeito José Serra e o governador Geraldo Alckmin, afirmando que o processo poderá desgastar a imagem do partido. É preciso levar em consideração também que, até o final do próximo mês, os candidatos que ocupam cargos no executivo precisam se desincompatibilizar. Argumentam que o PSDB já estaria em desvantagem uma vez que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode fazer sua campanha à reeleição sem se afastar do cargo.
Cartas na mesa
A divisão entre os defensores das candidaturas de Serra e de Alckmin no PSDB permanece e há um temor geral de que a demora da definição poderá acirrar ainda mais os ânimos dos dois grupos. Os partidários de Serra elogiaram o fato de o governador ter adotado um tom conciliador no discurso que fez a parlamentares em jantar esta semana. Os dirigentes do PSDB avaliam que, apesar dessa postura de Alckmin, as pressões de seus aliados continuam fortes sobretudo de alguns de seus secretários, que resistem em apoiar Serra.
O prefeito repetiu a Tasso, na conversa de quarta-feira, que só deixa a prefeitura de São Paulo com a total coesão do partido em favor de sua candidatura. Apesar das pressões dos dois lados, os parlamentares estão unidos em um ponto: é preciso escolher um candidato com competitividade para vencer o presidente Lula, que está em vantagem nas pesquisas eleitorais. ” Apesar das preferências, a necessidade de tirar o presidente Lula do poder unirá todo o PSDB”, garantiu o líder do PSDB na Câmara, Jutahy Júnior (BA).
Alguns tucanos defendem inclusive que Serra e Alckmin tenham uma conversa franca e ponham as cartas à mesa. Mas essa proposta, que já chegou a Tasso, encontra resistência dos seguidores de Serra, como Jutahy Júnior. Para ele, esse encontro deve ser patrocinado pela direção partidária mas só deve acontecer depois da escolha do nome. O senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) pensa diferente. “O ideal é que a solução seja dada pelos dois”, disse. Já o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), compartilha da mesma posição de Jutahy Júnior. Ambos apóiam a candidatura de Serra.