O ex-governador Silval Barbosa (PMDB), prestes a completar um ano na prisão acusado de corrupção e crime financeiro, amargou mais uma derrota no Tribunal de Justiça de Mato Grosso. A defesa dele alegou que, após mais de 300 dias de reclusão, já se trata de uma prisão condenatória e não preventiva.
Silval é apontado como chefe de uma suposta organização criminosa, investigada pela Delegacia Fazendária (Defaz), durante a operação Sodoma. Em depoimento, esta tarde, à juíza Selma Rosane Arruda, Silval confirmou a existência de grupos criminosos durante seu governo, porém, negou que seja o líder.
De acordo com a Defaz, Silval e seu grupo concediam milionários incentivos fiscais em troca de propina e que esse dinheiro ia para um “caixa dois” da campanha eleitoral de 2010. Um dos advogados dele, Valber Melo, disse na tribuna do tribunal, que o caso pode fazer parecer que o sistema prisional de Mato Grosso é “medieval”, do qual só saem os que confessam ou delatam. “Ele não pode confessar o que não fez”.
Na Sétima Vara Criminal de Cuiabá, Barbosa afirmou que “toda eleição tem caixa 2”. No entanto, se manteve firme em negar que era chefe da organização ou que participasse dela de alguma forma. A defesa reforçou, na sessão, que há três ordens de prisão contra ele e que apesar de ter conseguido se livrar de duas delas continua detido por conta da terceira fase da operação Sodoma.
O defensor disse ainda que a própria polícia fazendária afirma que as investigações continuam e que Silval Barbosa não pode esperar preso.