O governador Pedro Taques (PSDB) rebateu, no final da manhã, as criticas feitas pelo prefeito de Sinop, Juarez Costa (PMDB) – alvo da Operação Sorrelfa, feita ontem em sua casa, no gabinete na prefeitura de Sinop e na secretaria de Ação Social, e em um imóvel em Santa Catarina onde foram feitas buscas e apreensões em investigações por suspeitas de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. "Imagine se eu tivesse esse poder de mandar no GAECO, mandar no Tribunal de Justiça !. A decisão é do Tribunal de Justiça !. Agora, eu tenho certeza que aquele que tem a polícia na porta da sua casa fica preocupado, né”, rebateu o governador, em entrevista coletiva onde estava abordando assuntos de segurança pública e outros temas.
O secretário da Casa Civil, Paulo Taques, disse, em entrevista ao SBT Cuiabá, que a declaração de Juarez é "uma mantira e um crime. Ele atribuiu ao governador um crime. Então ele mesmo (prefeito) cometeu um crime e vai responder judicialmente por isso. Ele vai ter que provar o que falou".
Ontem à noite, após vários policiais do GAECO saírem de sua casa, onde ficaram por mais de 4 horas fazendo buscas e apreenderam documentos (cujo teor não foi informado pelo Ministério Público), Juarez acusou "Taques e um deputado federal" pela realização operação que classificou como ato "politiqueiro". No pronunciamento onde se defendeu e alegou que não tem nada a temer, Juarez confirmou que é dono de um apartamento em Balneário Camboriú (SC) -onde o GAECO também esteve- e é proprietário de emissoras de rádio em Mato Grosso e declarou que possui um rendimento anual de aproximadamente R$ 1,5 milhão.
O Ministério Público confirmou que o prefeito é um dos principais alvos da Operação Sorrelfa e hoje de manhã a assessoria informou que não vai responder a acusação de Juarez, que a operação é "politiqueira", e que o "GAECO vai se pronunciar nos autos".
Foram cumpridos, nesta quinta, sete mandados de busca e apreensão em Sinop (embora o MP não confirme buscas também teriam sido feita em um posto de combustível) e três em Santa Catarina. As ordens foram expedidas pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Além dos GAECOS dos dois Estados, a operação teve participação do Núcleo de Ações de Competência Originária formados por 9 promotores de justiça, 2 delegados de polícia, 35 policiais militares e civis.
Sorrelfa -nome da operação- tem os seguintes significados: "disfarce ou artifício para enganar; que ou quem é muito apegado ao dinheiro; que ou quem é manhoso".
(Atualizada às 15:25hs)
Buscas e apreensões feitas na casa do prefeito e na prefeitura de Sinop
fotos: Só Notícias/Vanessa Fogaça e Herbert de Souza