quinta-feira, 25/abril/2024
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Taques diz que “Justiça Eleitoral é uma farsa”

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O procurador da República, José Pedro Taques, é dono das mais importantes denúncias dos últimos tempos em Mato Grosso: atuou de maneira direta na busca dos culpados pelo assassinato do juiz Leopoldino Marques do Amaral e é apontado como o grande responsável por “destronar” de Mato Grosso o crime organizado de João Arcanjo Ribeiro, hoje preso em Montevidéu. E agora, mais do que nunca, está se notabilizando pela polêmica em declarações bombásticas. Nesta terça-feira, ao proferir palestra na Associação Mato-grossense dos Municípios sobre Direito Público Municipal, foi taxativo ao criticar a Justiça Eleitoral e também o próprio órgão que atua, o Ministério Público.

Sem esconder um misto de decepção com o andamento dos processos mais agudos, Taques é duro ao ressaltar que a impunidade e o sentimento que tal situação geral se constituem como fatores principais para gerar a corrupção no Brasil. Ele cita a necessidade da conscientização coletiva, mas seu alvo predileto é outro. “Deputados, ex-secretários e altas autoridades precisam ser responsabilizados” – acentuou, classificando o segmento como “braço político das organizações criminosas de Mato Grosso que ainda não acabaram”.

Atualmente em São Paulo, mas com fortes vínculos com Mato Grosso, Pedro Taques acentua que as instituições no Brasil “não funcionam” adequadamente, de forma a dar o sentimento desejado pela sociedade. Citou como exemplo a questão do “Valerioduto”, esquema de caixa 2, financiamento de campanha e cooptação parlamentar montado por membros do Governo e do Partido dos Trabalhadores. Incisivo, Taques observou que “a Justiça eleitoral é uma farsa” por não ter funcionado para coibir o esquema de caixa 2 das campanhas eleitorais – cada vez mais vindo à tona.

E não foi só. Ainda no esquema “Valerioduto”, o procurador da República afirma que o Ministério Público também “não funcionou”. Ele observou que o Brasil estava e ficou “dependendo da fofoca de Roberto Jefferson”, deputado federal recentemente cassado por ter denunciado o esquema do “mensalão” sem que apresentasse as provas contra quem o acusou. Com efeito, Taques acrescentou: “A unica instituição que funcionou foi a fofoca”. Segundo ele, crimes foram praticados “e não ficamos sabendo pelas instituições que são pagas para isso”.

O procurador da República também se mostrou de certa forma amargo com a legislação. Para ele, “a lei não é neutra” e se constitui, em verdade, em forte instrumento de dominação. “Quem faz a lei não é nenhum santo” – lembra. Ele destacou como abominável o fato de a lei punir com cinco anos de reclusão um sujeito que subtrai um passe de ônibus e com apenas 2 anos o que desvia R$ 68 milhões. E para resumir o sentimento próprio, Taques contou uma história sobre um pensador alemão, que disse algo mais ou menos assim: “Se soubéssemos como são feitas os embutidos e as leis, não comeríamos a primeira e não atenderíamos a segunda”.

Um pouco mais genérico, José Pedro Taques se colocou contra a proibição do comércio de armas e munição no Brasil. Nem poderia ser diferente: Taques deixou claro que não acredita mesmo nas instituições. “Podemos pensar em desarmamento só no dia que em quatro minutos depois de chamada a Polícia chegar ao local” – comentou. Ele comentou ainda sobre o retrocesso que se pretende ao tirar a atribuição do Ministério Público em investigar. “O Ministério Público só não investiga na Indonésia, no Butão e no Senegal” e fechou questão tirando gosto com o prazo para extradição de João Arcanjo Ribeiro: “Só “mãe Diná”, professor King e Walter Mercado sabem. Mas com certeza ele virá”.

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